18 junho, 2008

Destino: Girassol

Finda a Primavera e a cresta do Rosmaninho é tempo de “fazer as malas” e partir para o Girassol, o Cardo e a Melada de Azinho.

Aqui no Alentejo é possível fazer o circuito da “floração contínua” em poucos quilómetros, e raros são os anos em que a deslocação de colmeias não resulte num saldo positivo. Há dois anos, por exemplo, regressei sem mel e com uma infestação de Varroa na ordem dos 56%!!! Em contra partida o ano passado fiz duas colheitas de Verão. Não há que desesperar.

Os preparativos são o ritual do costume: durante o dia D verificar as condições da carrinha, nível de combustível, pressão dos pneus e outras subtilezas que nos podem deixar imobilizados no centro de uma localidade com a carga “mortífera”. Os seguros de responsabilidade civil continuam a ser um mito, e em caso de acidente... é melhor nem tocar no assunto.

Uns dias antes há toda a conveniência em visitar o local de destino, avaliar a floração e contactar o proprietário para obter a respectiva autorização de assentamento. As características desse local condicionarão boa parte da produção, normalmente opto por um local com sombra durante todo o dia, o que se consegue em pequenos bosques formados por quatro ou cinco azinheiras juntas, a proximidade da água também é determinante, nunca mais de 50 ou 100 metros.

Tenho por experiência que não é muito conveniente o acumular de alças sobre o ninho durante o Verão. Por um lado, a manutenção desse mel fica muito caro em termos de mão de obra, uma vez que são mobilizadas muitas abelhas para controlarem a temperatura nas alças, logo diminuem a recolha, por outro lado e quando as reservas são muitas, elas também aliviam o trabalho. Aliando estes factos à não necessidade de deixar opercular o mel de Verão, há toda a conveniência em crestar logo que as alças estejam cheias.

Só mais uma dica: nunca esqueçam uma boa pomada ou gel para a dor de costas, tirando isso a transumância para a floração de Verão é muito gratificante...

3 comentários:

José Varela disse...

Tens aqui uma fotografia da Sofia para ilustrar este artigo :)

http://picasaweb.google.com/somory06/Fotografia/photo#5117592277037157106

Unknown disse...

Boa tarde;

Ao ler o que diz sobre deixar muitas alças nas colmeias... Decidi perguntar-lhe quantas alças deixa nas colmeias até crestar? (EX: Quanto atingem as 3 alças, tiro o mel. E depois, se necessário, volto a colocar.)
Isto é, cresta várias vezes?

Obrigado

Alien disse...

Olá José Miguel

receio não ter entendido bem a sua questão, mas a regra é que só devemos colocar uma alça quando o nível inferior (alça ou ninho) esteja com a cera puxada ou seja com os quadros todos ocupados.
Já com o girassol podemos passar um pouco ao lado desta regra e deixar uma segundo alça. Isto porque estamos numa fase do ano já sem perigo de enxameação e não há necessidade de visitas tão frequentes ao apiário.
E o deixar uma alça a mais também implica que o apiário tenha sido instalado à sombra (Verão) pois o calor pode fundir as ceras da alça suplementar que ainda não têm abelhas.
Não há um número de alças limite para crestar, a cresta só é feita quando o mel esteja maduro, ou seja quando a grande maioria dos alvéolos se encontrem operculados.
Já com os méis de Verão: Girassol, Melada, podemos também passar ao lado desta regra, pois na generalidade esses méis perdem o excesso de humidade muito rapidamente e poderão assim ser crestados/armazenados em pouco tempo.

Joaquim Pifano