29 agosto, 2008

MelToon - 1



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MelToon n.º1? ...Como se estivessem para sair muitos...
Vou tentar que seja com uma periodicidade mensal
ou como o Jornal do Padre Fontes: "Sempre que Deus queira..."

25 agosto, 2008

Diagnóstico da Varroose

Contagem de Varroas

Desde meados da década de 80 que a Varroose constitui um dos principais problemas da apicultura e dos apicultores portugueses. Seja pelas baixas na produção, custo dos medicamentos, trabalho/tempo suplementar despendido e os riscos de contaminação do mel. Regra geral, os apicultores fazem pelo menos duas aplicações de medicamento acaricida por ano, podendo até chegar às três ou quatro em casos de reinfestação.
Muitas vezes estes tratamentos são feitos em função de datas: como o período antes da Primavera, o pós cresta ou o fim do Verão, à semelhança da Luta Química Cega praticada noutros sectores. Raramente o grau de infestação é tido em conta, quando muito a observação dos sintomas mais comuns poderá acelerar ou antecipar a decisão de tratamento.
Não é meu objectivo discutir ou criticar a aplicação de acaricidas em períodos como antes da Primavera, porque é uma fase em que há todo o interesse em baixar o número de Varroas para um limite inferior e que garanta que não venham a haver infestações graves durante a fase de produção principal.
É regra nos seres vivos as populações aumentarem exponencialmente o número de indivíduos durante uma determinada fase, em que a capacidade de suporte do meio o permite, até atingirem um limite superior (de equilíbrio) em que o crescimento fique estável, não aumente nem diminua - (GRÁFICO 1).
No caso da Varroose, como em qualquer ser vivo, a curva de crescimento teria um desenho semelhante, só não acontece por a coabitação entre Apis mellifera e Varroa destructor ser recente e ainda não haver uma fase de equilíbrio, levando à morte da colónia de abelhas e consequentemente ao fim das próprias Varroas numa colmeia. Não é de facto um verdadeiro fim para as Varroas porque entretanto já infestaram nova(s) colónia(s) - (GRÁFICO 2).
Os apicultores ao aplicarem os medicamentos têm como resultado diminuir (raramente anular) a população de Varroas até um nível mínimo que não causa danos à colónia de abelhas e respectivas produções - (GRÁFICO 3).


A actividade que hoje proponho, levada a bom termo, permite ao apicultor a monitorização do crescimento da população de Varroas e tomar a decisão mais acertada sobre o momento em que deve intervir para combater a moléstia. Evitam-se assim os custos e trabalhos acrescidos, tal como os riscos de contaminação do mel e até de tratar tarde demais.

RECOLHA DE ABELHAS ADULTAS PARA CONTAGEM DE VARROAS:

Material:
Frascos de vidro de boca larga (pelo menos um por apiário e com
capacidade de 1 kg de mel).
Água e detergente líquido.
Escova ou um ramo de arbusto.
Etiquetas para marcar os frascos.
Pinça.

Procedimento: Em casa devemos preparar para cada apiário pelo menos um frasco meio de água, onde deitamos uma colher de sopa de detergente, para receber as Abelhas. O detergente quebra a tensão superficial da água e alem de proporcionar uma morte mais rápida às Abelhas, obriga as Varroas a afundarem facilitando as contagens.



No apiário serão amostradas 30% das colmeias, escolhidas aleatoriamente, incluindo sempre as das extremidades que pelo facto de receberem abelhas de todas as outras são consideradas muito representativas, logo devem ser sempre testadas.



Nas colmeias sorteadas devemos colher cerca de 50 Abelhas em cada uma (aproximadamente). As Abelhas a recolher devem ser o mais novas possível, quando ainda apresentam muitos pelos e uma cor acinzentada. São mais frequentes nos quadros de criação, pelo que se devem evitar os quadros das alças e os das extremidades do ninho.
Claro que também irão abelhas mais velhas, o que não constitui qualquer problema, muito grave é se varrermos a rainha para dentro do frasco...



Uma vez seleccionado o quadro de onde retirar as Abelhas, com a ajuda da escova ou um ramo varrem-se cerca de 50 Abelhas para dentro do frasco com água e detergente. Devemos encontrar primeiro a rainha, colocar esse quadro num local seguro dentro da colmeia, e seleccionar outro quadro com o tipo de Abelhas desejado para o efeito. O ideal são duas pessoas para este trabalho, enquanto uma varre as Abelhas a outra segura o frasco que deve tapar imediatamente.
Todas as Abelhas de um apiário vão para dentro do mesmo frasco (50 Abelhas x 30% das colmeias).



Os frascos etiquetados, uma vez em casa, são destapados e com a ajuda de uma pinça retiram-se e contam-se todas as Abelhas, tomando nota desse número. No frasco apenas ficam as Varroas, cuja contagem é muito fácil elevando o frasco e contando-as pelo fundo.
Sabendo o número de Abelhas e de Varroas basta calcular a percentagem de infecção: VER RESULTADOS.




RECOLHA DE LARVAS DE ABELHA PARA CONTAGEM DE VARROAS:

A contagem de Varroas pode e deve ser efectuada também nas larvas de Abelha, cujo resultado irá complementar o encontrado nas Abelhas adultas.
Nos testes efectuados nas colmeias dos associados da ADERAVIS apenas temos calculado o grau (percentagem) de infecção nas Abelhas adultas, o que tem sido suficiente para os nossos objectivos.

Material:
Faca ou canivete.
Sacos etiquetados ou numerados (um por apiário).
Faca de desopercular.
Tubo fino ligado à torneira.
Funil e papel de filtro.

Procedimento:Nas mesmas colmeias onde recolhemos as Abelhas na etapa anterior, seleccionamos um quadro com criação operculada em ambas as faces e cortamos um pedaço de favo com cerca de 8 x 8 cm. Todos os pedaços de criação oriundos do mesmo apiário devem ser guardados no mesmo saco.



Uma vez em casa, os pedaços de favo são desoperculados, e retiradas as larvas de Abelha com a ajuda de um pequeno jacto de água, que se consegue ligando um tubinho de diâmetro reduzido a uma torneira.
As larvas de Abelha, os eventuais ácaros de Varroa e a água devem cair para dentro de um funil ou outro utensílio equipado com um papel de filtro.




Logo que todo o favo esteja limpo de ambos os lados, retira-se o papel de filtro e contam-se as larvas de Abelha e as Varroas. Somam-se os resultados de todas as amostras do mesmo apiário e com os resultados totais calcula-se a percentagem de infecção da criação de Abelhas, resultado que complementa o encontrado nas Abelhas adultas.





CONCLUSÕES
Segundo algumas fontes, quando a percentagem de infecção è igual ou inferior a 5%, temos cerca de um mês para efectuar os tratamentos contra a Varroose. Quando esse número ronda os 15% ou próximo deste valor, convém não demorar mais de uma semana a aplicar o acaricida. Quando o resultado encontrado é igual ou superior a 20/25% devemos tratar imediatamente e vigiar as abelhas com frequência.
Há cerca de dois anos conseguimos recuperar cerca de 20 colónias com 56,4% de infecção, ou seja, em cada duas abelhas havia uma que carregava com uma Varroa.

FACTORES QUE PODEM MASCARAR OS RESULTADOS FINAIS:

A recolha de amostras para fins estatísticos deve obedecer a um grande rigor e imparcialidade, caso contrário poderemos obter resultados e respectivas extrapolações muito diferentes da realidade, levando a um mau procedimento à posteriori.

- Tal como já foi dito, não devem ser recolhidas Abelhas das alças ou dos quadros sem criação, pois têm quase que exclusivamente Abelhas adultas onde o número de ácaros é muito inferior.
- Por vezes os apicultores mostram pouca vontade na recolha de Abelhas para análises, temendo o enfraquecimento da colónia, e menos de 50 Abelhas/colmeia podem comprometer os resultados.
50 Abelhas numa colmeia normal representam cerca de 0,08% da população, ou seja, menos de 1%.
- A contagem de Varroas em larvas de zangão apresenta valores muito superiores à realidade da colónia, pelo que amostras de favos com estas características levam-nos a valores erróneos. Devemos notar que a população de zangãos numa colónia é de cerca de 3% das obreiras, como tal è pouco representativa.
- Quando retiramos as Abelhas adultas do frasco com água e detergente devemos lavá-las bem, não tragam algum ácaro junto, o que poderá levar a estimativas por baixo.

Há portanto um conjunto de pormenores a observar neste teste diagnóstico para retirarmos todo o potencial e ajuda que ele nos pode valer, e que dada a facilidade de execução, em pouco tempo qualquer apicultor estará apto a realizar.

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14 agosto, 2008

Dali no apiário



Ou o Salvador Dali me tira o pincel ou ...

12 agosto, 2008

ADERAVIS “Filha” da Tradição



Já este ano a ADERAVIS, fez uma parceria com o RURALENTEJO para o uso da marca “Filhos da Tradição”, registada por esta entidade.
Para tal criou um rótulo genérico que poderá ser utilizado por todos os associados e outros apicultores interessados, após a celebração de um contrato com o RURALENTEJO.
A marca “Filhos da Tradição” não é mais que uma forma de certificação participativa, onde o produtor de mel (e outros géneros alimentares que já utilizam a marca) se comprometem a cumprir um determinado conjunto de regras que visem a qualidade, entre as quais o acesso do consumidor a todas as fases da produção ao embalamento.

09 agosto, 2008

Histórias de arrepiar...


Agora é tempo de férias, e para quem não pode passar sem as abelhas também é bom dar-lhes descanso para depois voltar com mais saudade. De qualquer forma, e como o tema também é apicultura, vamos lá a mais uma história daquelas... para desanuviar das agruras da estação.
Esta passou-se no primeiro ano que fui técnico apícola, com o meu amigo “Badalo”, nome fictício para ocultar a entidade do rapaz.

Andava eu a recolher amostras de mel para tipificar as produções da região, quando me calhou em sorte pedir um frasco ao Badalo.
Essa tipificação de méis era feita ao abrigo do Programa Mel, esse mito das melhorias na produção e comercialização do mel, que agora por melhorias mais faz lembrar os antigos comprimidos “Melhoral”.
Quando eu pedi a amostra ao Badalo, ele ficou completamente atrapalhado, ele atrapalhava-se com facilidade, e confessou-me que as suas vinte e tal colmeias há mais de três anos que não davam uma gota de mel. Nem para consumo lá de casa, quanto mais para amostras. Marquei logo uma visita de urgência, para saber o que se passava com as abelhas dele, não fosse tratar-se de doença grave ou outro problema qualquer.
Por esses tempos a legislação apícola era bem mais permissiva, ainda nem se sonhava com o 37/2000 do ordenamento, pelo que ele aproveitava para colocar as colmeias no próprio quintal.
Logo à chegada deparei-me com um apiário que mais parecia um quadro do Salvador Dali, cortiços interligados entre si por uma intrincada rede de tubos que saíam de uns e entravam noutros. De vez em quando lá via umas abelhitas apatetadas, a circularem pelos tubos transparentes. Aquela porcaria lembrava mesmo um sistema orgânico extraterrestre dos filmes de ficção científica.
Nem cheguei sequer a formular a pergunta, já ele estava com aquele ar de parvo, que Deus lhe perdoe pois também não lhe deu outro, a responder-me:
Dava-me cá uma pena ver estragar a cera nos cortiços que morriam! As casinhas já feitas e sem nenhum proveito!! Assim resolvi fazer as ligações para que as abelhas dos outros cortiços as possam utilizar!
Ou seja, ele tinha inventado as colmeias com anexo, tipo retiro ou casa de férias para as abelhas mudarem de ares. Sentença: Daqui a quinze dias quando eu cá vier, não quero voltar a ver essa “tubagem apícola”, até parece que vai canalizar o mel para dentro de casa.
Momentos depois, quando me preparava para tapar uma colmeia emalhetada da casa Alberto da Silva Duarte & Filhos, Lda, arrancou-me a prancheta das mãos e colocou-a noutra posição, dizendo:
Desculpe lá, mas a palavra Coimbra fica sempre virada para o lado da janela da casa de banho!”
Só tive vontade de lhe dar com a prancheta na cabeça, quando a sogra dele nos interrompeu aos gritos e a esfregar muito a testa.
Merda da velha, eu bem lhe disse para não vir agora ao quintal porque íamos mexer nas abelhas.” Felizmente que a idosa também era aficionada e já perdera a conta às picadas que levara em toda a vida.

Junto à lareira de uma pequena dependência ao fundo do quintal, uma boa dúzia de abelhas jaziam inertes numa caixinha de fósforos, algumas já mexiam as patas. Lá me explicou que as tinha apanhado junto às colmeias, vítimas do frio, e que recobravam junto ao lume até estarem de novo aptas ao serviço.

Meses depois apareceu-me na associação com um ar muito enfezado, onde me contou de imediato a sua recente desgraça. Logo na primeira cresta que se preparava para fazer, um azar com o fumigador e umas faúlhas no pasto custaram cerca de 20 hectares de montado.
Salvaram-se a mulher e a sogra, porque o Badalo ainda lhe ouviu os gritos quando fugia desesperado a chamar os bombeiros, voltou atrás para as resgatar, pior sorte tiveram os documentos que teve de renovar mais tarde. Desta vez confesso que tive pena dele, apesar de não ter de pagar os estragos foi expulso do local onde recentemente tinha feito o novo assentamento. E logo estas colmeias que não tinham à mão a tubagem das outras e que decerto daria jeito para apagar o incêndio...

Um ano depois, véspera de Natal e eu regressava apressado de Ponte de Sôr para Avis, afim de gozar umas merecidas férias. Os 30 km de estrada entre aquelas duas localidades, só tinham rede da TMN no cabeço das Galveias, nuns restritos 500 metros, ou seja, a probabilidade de me ligarem nesse caminho é de 1 para 60. Tal não foi a pontaria do Badalo que acertou, precisamente nos últimos 100 metros com rede móvel. Encostei o carro, atendi o telefone e preparei-me para o chorrilho de idiotices que decerto iria sair daquela cabeça:
Desta vez o problema foi o misterioso azedamento do mel recem crestado e sem motivo aparente. Mel recentemente crestado? Mas estávamos a três dias do Natal! Lá me explicou então que desde o infame incêndio que lhe ia vitimando as abelhas a mulher e a sogra, nunca mais crestou antes das chuvas encharcarem o terreno. Como o ano foi seco, a cresta quase coincidiu com o dia de Natal.
Com isso conseguiu a proeza de obter um excelente monofloral de Medronheiro que oscilava entre o muito amargo e o intragável, 60 quilogramas dele...

Tenho confiança suficiente com o “Badalo” para contar estas histórias.

05 agosto, 2008

CSI Abelhas ...



Recorte da Revista “Nova Gente” desta semana.
É curiosa a forma como o “mundo lá fora” vê a apicultura, o pior é que insistem sempre em ilustrar a coisa com uma vespa preta e amarelinha. A estes ainda se perdoa, mas ao IFAP... nem posso esquecer.

Podíamos era adaptar o texto para:
As abelhas – ou melhor, os seus hábitos – poderão ajudar os apicultores a perceber (e resolver mais facilmente) os problemas do sector.
Só um exemplo: tal como elas vivem com a máxima “a união faz a força”, os apicultores deviam fazer o mesmo.

04 agosto, 2008

O Teste de Comportamento Higiénico

Cada vez é mais importante para o apicultor o conhecimento das características genéticas e comportamentais das suas colónias de abelhas. O controlo e a selecção de características como o Comportamento Higiénico, a Agressividade, a Tendência para Enxamear, a Capacidade de Recolha de Néctares entre muitos outros é determinante para o sucesso da exploração apícola.
A maioria destes testes são relativamente fáceis de executar pelo apicultor, vou hoje debruçar-me sobre o Teste do Comportamento Higiénico, que aliás já o fiz nas minhas colónias com bons resultados.
As abelhas com bom comportamento higiénico também são susceptíveis às doenças como quaisquer outras, no entanto essa probabilidade é muito reduzida, na medida em que as colónias com essa característica detectam e eliminam rapidamente qualquer larva ou adulto com sintomas anómalos.

Para fazer o dito teste, o apicultor deve munir-se de tantos saquinhos de plástico etiquetados quanto o número de colmeias que pretende testar, uma faca e o equipamento habitual. Devo adiantar desde já que há colónias que não necessitam do teste, chumbando logo na primeira análise, como é o caso das colmeias regularmente infectadas com a micose, sinal inequívoco de Mau Comportamento Higiénico.

No apiário, e em cada colmeia, deve retirar um quadro com uma boa superfície de criação operculada em ambos os lados.

Afaste as abelhas com a escova ou um raminho, e com a faca corte um quadrado com 8 x 8 ou 10 x 10 cm de criação operculada, tenha cuidado com os arames do quadro.

O pedaço de favo com a criação (amostra) deverá ser colocado num saco de plástico ou papel, etiquetado com o número correspondente à colmeia testada.

O quadro de onde se cortou a amostra é recolocado no local original da colmeia, e faz-se-lhe uma marca na tábua superior, com a ajuda do alicate levanta quadros ou com a faca, de modo a que seja mais fácil de encontrar nas visitas seguintes.
Estas etapas são repetidas em todas as colmeias que se pretendem testar (idealmente em todas as colmeias do apiário).

Reunidos todos os sacos com as amostras num saco maior ou numa caixa, são colocados no frigorífico onde vão permanecer umas horas. O ideal será fazer as recolhas ao entardecer, colocar tudo no frigorífico a essa hora e retirar no outro dia de manhã, é tempo mais que suficiente para que todas as larvas (criação) sejam mortas pelo frio.


No dia seguinte de manhã todas as amostras (pedaços de favo com criação) voltam ao respectivo local, no quadro e colmeia correspondente, tarefa muito facilitada pela numeração dos sacos e pela marca deixada no quadro. O pedaço de favo é embutido no buraco feito na tarde anterior e fixo com a ajuda de um palito.
Aguardam-se 24 horas e na manhã seguinte voltamos a abrir as colmeias para verificar os resultados, mais uma vez com a tarefa facilitada pelas marcas dos quadros de teste.

RESULTADOS POSSÍVEIS:

BOM COMPORTAMENTO HIGIÉNICO
A totalidade ou a grande maioria das larvas mortas da amostra foram detectadas pelas abelhas, os opérculos foram destapados e as larvas removidas. Os alvéolos apresentam-se vazios e limpos. As colónias com esta característica devem ser marcadas, mantidas na exploração e são óptimas para reproduzir, quer por desdobramento ou criação de rainhas.

COMPORTAMENTO HIGIÉNICO RAZOÁVEL
Cerca de 50% das larvas mortas foram removidas, apresentando os respectivos alvéolos vazios e limpos. Todos os restantes se mantêm intactos com as larvas mortas no interior.
Estas colónias podem ser mantidas temporariamente na exploração, se forem produtivas, no entanto é uma péssima ideia usá-las como reprodutoras para aumentar efectivos. De qualquer forma seria desejável substituir-lhe a rainha por outra obtida a partir de colónias com as características anteriores.

MAU COMPORTAMENTO HIGIÉNICO
Quando a maioria ou a totalidade das larvas mortas não foram removidas nas 24 horas. Os opérculos mantêm-se incólumes e é como se nada se tivesse passado.
As colónias com este comportamento são um problema, adoecem mais que as outras e são uma fonte de contágio para todo o apiário. Por outro lado, os zangãos nelas produzidos poderão acasalar com rainhas de boa estirpe, disseminando esta característica.
As rainhas desta colmeias devem ser substituídas o mais depressa possível por outras com bom comportamento higiénico.



Face às incertezas e polémicas em torno dos medicamentos, o Teste do Comportamento Higiénico parece ser um óptimo trabalho de prevenção para as moléstias das abelhas.

01 agosto, 2008

Bolinhos de Mel


Vamos aproveitar a época balnear, quando toda a gente anda preocupada com as formas que exibem na praia, para arredondar ainda mais essa curva majestosa que nos faz usar roupa um ou dois números acima do desejado. Na minha terra sempre ouvi dizer que gordura é formosura.
As receitas que passo a apresentar datam de 1960, retiradas de um livro de apicultura brasileiro, chamado “APICULTURA – Científica e Prática” da autoria do conhecido investigador Warwick Estevam Kerr, creio que o responsável pela criação das famosas abelhas africanizadas ou “abelhas assassinas” e de Erico Amaral.

PÃO DE MEL

Composição: ½ xícara de farinha de trigo peneirada.
2 colheres de chá de fermento.
½ colher de chá de sal.
1 ovo.
½ xícara de leite.
3 colheres de sopa de banha derretida.


Modo de Fazer: Peneire juntamente a farinha, o fermento e o sal. Bata o ovo, junte o mel, o leite e a banha. Misture bem. Adicione então à mistura da farinha e mexa bem. Depois despeje tudo numa forma untada com manteiga. Cubra com a seguinte mistura:

¼ de xícara de farinha.
2 colheres de manteiga ou margarina.
¼ de xícara de mel.


Leva-se ao forno com temperatura moderada cerca de 35 minutos.

BOLO DE MEL E NOZES

Composição: 2 xícaras de farinha de trigo peneirada.
2 colheres de chá de fermento.
½ colher de chá de sal.
2/3 de xícara de manteiga ou margarina.
½ xícara de açúcar.
½ xícara de mel.
3 ovos.
1 xícara de nozes cortadas em pedacinhos.
¼ de xícara de leite.
1 colher de chá de baunilha.


Modo de Fazer: Peneire a farinha, meça-a, adicione o fermento e o sal, e peneire tudo junto mais três vezes. Bata a manteiga, adicione o açúcar pouco a pouco, batendo-se sempre; então junte o mel aos poucos, batendo-se bem. Adicione ¼ da farinha e bata até ficar macio e bem misturado.
Bata os ovos numa vasilha separada, misture a massa e bata bem. Junte as nozes, adicione o resto da farinha alternando com o leite, batendo-se muito bem depois de cada adição.
Junte a baunilha. Unte uma forma e coza em forno lento. Este bolo pode ser colocado no frigorífico.

MANTEIGA DE MEL

Composição: 1 xícara de manteiga.
1 xícara de mel.


Modo de Fazer: Bata bem a manteiga e adicione o mel aos poucos. Servir com pão, bolos ou bolachas.

BOLACHA DE MEL E NOZES

Composição: 2/3 de xícara de farinha de trigo peneirada.
½ colher de chá de fermento.
¼ de colher de chá de sal.
1/3 de xícara de manteiga ou outra banha.
2 quadradinhos de chocolate amargo.
½ xícara de açúcar.
½ xícara de mel.
2 ovos bem batidos.
½ xícara de nozes partidas.
1 colher de chá de baunilha.


Modo de Fazer: Peneire a farinha uma vez, meça-a, junte o fermento e o sal e peneire novamente. Derreta a manteiga e o chocolate em banho maria. Adicione aos poucos o açúcar aos ovos, batendo vigorosamente. Junte o mel e a mistura de chocolate com os ovos e bata bem. Junte a farinha e misture bem; então junte as nozes e a baunilha.
Unte uma forma e coza em forno moderado cerca de 40 minutos. Depois de pronto corte em quadradinhos.

E agora, depois deste festival para a diabetes e o colesterol só espero que a Maria de Lurdes Modesto não leve a minha intromissão muito a peito.
Tenham um bom apetite.