



Este aspecto é particularmente sentido nas zonas rurais, sobretudo quando se associa a prática da apicultura com as pequenas hortas familiares e criação de gado.
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Frase enigmática proferida por A. Einstein que procura demonstrar a importância da apicultura, nomeadamente da polinização levada a cabo pelas abelhas, no equilíbrio dos sistemas naturais.
Apesar de tudo apontar para isso, nada sabemos acerca da sua veracidade, e oxalá que nunca o venhamos a saber…


Na Natureza a maioria das plantas são polinizadas por insectos, o que mais uma vez demonstra a necessidade das abelhas na manutenção do coberto vegetal.


Tanto o pólen como o néctar das plantas zoófilas normalmente são muito nutritivos, servindo para atrair os insectos (neste caso) e funcionando também como moeda de troca para o serviço da polinização.
Podemos comparar a natureza a uma aula de economia, na medida em que a planta investe em nutrientes nos nectários e nos grãos de pólen para garantir a sua reprodução.

A – Auto polinização, pouco desejável, normalmente os vegetais têm forma de a evitar inibindo a germinação do tubo polínico.
B – Polinização com grãos de pólen de outra espécie, não são reconhecidos e acabam por não germinar. Caso o fizessem originariam híbridos, situação pouco comum na Natureza.
C – Polinização cruzada, a ideal, grãos de pólen da mesma espécie para fecundarem os óvulos de outro indivíduo.


Formação do Fruto: Só após a formação da semente, a planta “investe” na formação do fruto, cuja função é a de disseminar as sementes para longe da planta mãe.
Novos exemplos da “economia natural”: as plantas só investem nas reservas da semente (endosperma) quando se forma o embrião, e só investem no fruto após a formação da semente. Caso contrário não haveria qualquer interesse em mobilizar reservas de açúcar para formar o fruto, se não houvessem sementes para disseminar.
Facto que clarifica bastante a importância da apicultura na economia agrícola, nomeadamente com os incrementos na produção de frutos, hortícolas e sementes:





Fidelidade à Espécie Vegetal: Quando uma abelha batedora comunica às outras abelhas a descoberta de determinada fonte de néctar/pólen, durante a dança em “oito” distribui “amostras” de néctar/pólen às restantes abelhas, que ao saírem da colmeia buscam preferencialmente a vegetação com essas características e no local “combinado”…
Grande Densidade de Insectos: Com a alteração da capacidade de suporte do meio promovida pelo apicultor com o maneio apícola:




Representação de quatro limites teóricos:
5 km - Limite biológico (teórico) para o voo das abelhas. Distância que as abelhas podem percorrer para colectarem alimentos (se não houver disponíveis mais próximos) de forma que a colónia possa sobreviver.
Esta situação, economicamente, é pouco interessante na medida em que as colónias (apesar de sobreviverem) não conseguem fazer reservas que possam ser crestadas pelo apicultor.
É da responsabilidade do apicultor não fazer assentamentos de colmeias em zonas com tão pouca densidade de flora apícola, ou então não praticar encabeçamentos tão elevados que obriguem à exploração de zonas muito afastadas do apiário.
2 km – Limite a partir do qual (para valores inferiores) além da sobrevivência da colónia, as abelhas conseguem armazenar excedentes. Sendo considerado interessante economicamente.
1 km – Limite de voo desejável para a colecta de mel e pólen, na medida em que permite grandes armazenamentos de reservas = grandes produções.










Desde meados da década de 1980, quando o ácaro Varroa jacobsoni (hoje Varroa destructor) entrou em Portugal que o controlo desta doença tem tido um tremendo impacto negativo no sector: seja pelas baixas nos efectivos, como pelos custos dos medicamentos, como ainda pelos riscos de resíduos no mel.
Com o surgimento desta moléstia as abelhas ficaram totalmente dependentes do ser humano, uma vez que a ausência de tratamentos leva ao colapso da colónia em menos de um ano.
Aplicando a lógica a esta afirmação e à de A. Einstein, podemos concluir que o ser Humano está muito dependente de si próprio, conclusão que decerto não abonará muito a nosso favor…

Fica a dúvida: se por um lado os legisladores demonstram tantas preocupações com a qualidade que chega aos consumidores (situação muito positiva), porque razão permitem a entrada de méis oriundos de países onde tal controlo não se verifica?





