Ontem fui ao campo.
Fui passear pelas planícies, colinas e vales da minha região.
Nada me agrada mais que meter-me pelas estradas de terra batida após uma tempestade de Primavera.
A luz do Sol, ao entardecer, filtrada pelas nuvens de diferentes tonalidades e reflectida pela vegetação viçosa da estação cria um ambiente magnífico.
Pareceu-me uma viagem no tempo, andei pelos velhos caminhos da infância, onde os horários, as obrigações, deveres e compromissos só tinham significado na campainha da Escola, no toque da entrada…
É impressionante como a Natureza continua imutável, apesar das mudanças sazonais.
As mesmas flores, as mesmas formigas, abelhas e aves.
Mais impressionante ainda quando “essa” Natureza continua o seu caminho, insensível à realidade cada vez mais triste que nos chega diariamente nas notícias.
Deu-me vontade de rir a forma como as formigas continuam a carregar as primeiras sementes para o ninho e a forma como passam ao lado de Comissões de Inquérito, Faces Ocultas e mais um rol de idiotices que só nos afectam a nós…
Vi num filme qualquer que “a vida encontra sempre um caminho”, creio que foi no Jurassic Park… do Spielberg
Tenho algumas dúvidas que nós encontremos o nosso, por este andar…
Em contrapartida, duas abelhas encontraram agora um tufo de Rosmaninho, onde se detiveram…
Com esta conversa da treta tentei agora alhear-me de tudo e ver apenas pelos olhos das abelhas
Fazer um voo rasante, à altura de 1,80m e ver as cores que elas vêm, com a máquina fotográfica.
Deve ser curioso entre tantas flores, conseguirem optar pelas que lhe interessam…
Ainda pensei em fotografar apenas a flora apícola
Dividi-la em secções: Nectarífera, Polinífera, etc…
(lá está o digno representante da classe humana a complicar…)
Sabia lá eu quais eram as flores usadas pelas abelhas para a produção de mel, pólen, própolis ou outra coisa qualquer. Quando muito dez ou doze espécies…
Mas queria mesmo fazer-vos chegar esta informação
Nem é tão útil assim, mas o saber nunca ocupa lugar…
É engraçado como falamos e escrevemos tanto sobre certos assuntos e conhecemo-los tão pouco.
Mas elas lá se vão desenrascando, encontraram há muito o seu caminho…
Já estou a “ver” as Vossas conclusões:
“Se o gajo não se desenrascar p’ra outro lado qualquer, pela poesia apícola não vai a lado nenhum…”
23 abril, 2010
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7 comentários:
Sorte de quem tem caminhos para caminhar, paisagens para fotografar,
longe do alcatrão com a maquina na mão.
Grande amigo... um eterno saludo e parabéns e obrigado pelas magnificas imagens (ainda me lembro da ferradela que levei na ultima vez que vi essa maquina em acção)
Abraço
Ferradela (ultimamente sempre com pressa)
Ok, quanto á poesia, deixemos a coisa como está, mas quanto à qualidade da fotografia, essa vale nota bastante elevada.
Que magníficas fotos!
Tão belas quanto reais. Fizeram-me regressar no tempo, sentir os aromas, ouvir os passarinhos, o zumbido das nossas amigas...onde estás paraíso? Porque fugi de ti?
Não poderia estar mais de acordo com os anteriores comentários. Extraordinárias fotos e "grande" passeio. Não tão grande (km) como o dos alpes mas com certeza mais nostálgico e não menos bonito.
Tal como vocês, também sonho, como seria bom viver sem horários e ter tempo para apreciar o que a natureza nos oferece de preferência na terrinha (Rossas, Vieira do Minho, Braga) onde cresci :).
Abraços a todos.
Marco Ribeiro
Eu também gostava de não ter horários... mas isso não passou daquela hora do passeio... :-)
JPifano
Obrigado por 5 minutos de "relax"; esta altura do ano dá-me cabo do juízo, o trabalho que se faz agora é que determina a produção e ando sempre com receio; receio do clima, receio da enxameação...Nem consigo apreciar esta bela primavera(ah, meu belo e plácido Outono).Desejo muitas colónias, mas sobretudo muito mel para todos. ;)
Obrigado por partilhar os seus passeios e os seus poemas.
Assim todos temos caminhos para caminhar e paisagens para observar...
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