Apicultores queixam-se a tribunal europeu que o seu mel foi contaminado com OGM
07.09.2011
Helena Geraldes
Apicultores da Baviera, Alemanha, queixaram-se ao Tribunal Europeu de Justiça que o seu mel foi contaminado por um campo de milho transgénico vizinho. Ontem, o tribunal decidiu a seu favor, abrindo caminho para o pedido de compensações.
As colmeias situam-se a 500 metros de um campo de ensaio de milho transgénico MON810 da Monsanto e, segundo os apicultores, o mel apresentava vestígios de pólen OGM (organismos geneticamente modificados). Por isso, o mel não pôde ser vendido, razão pela qual os apicultores pedem uma indemnização ao governo da Baviera.
Segundo a decisão do Tribunal de Justiça Europeu, mesmo que intencionalmente, se o mel tiver vestígios de OGM deve ser rotulado como tal. Esta decisão poderá abrir caminho para o pedido de compensações a empresas de biotecnologia ou aos governos que autorizam os campos de ensaio.
Um porta-voz da União Europeia, citado pelo site Euractiv, comentou que a decisão do tribunal poderá afectar as importações de mel de países como a Argentina, onde as culturas transgénicas estão muito desenvolvidas. Actualmente, a União Europeia produz por ano 200 mil toneladas de mel e precisa importar mais 140 mil toneladas, lembra o jornal “The Guardian”.
A multinacional Monsanto garante que não há razões para preocupações, em relação ao milho MON810, aprovado para cultivo na UE em 1998.
Organizações não governamentais de Ambiente e o partido Os Verdes no Parlamento Europeu já saudaram a decisão do tribunal, considerando-a uma vitória para os apicultores, consumidores e agricultura tradicional. Ontem, activistas da organização Amigos da Terra manifestaram-se à porta da sede da Monsanto, em Bruxelas.
Stefanie Hundsdorfer, da organização Greenpeace, fala em “poluição genética” e lembra que a decisão “salienta que as agriculturas tradicional e a transgénica não podem co-existir. Quando uma cultura OGM é plantada ao ar livre, é impossível conter a contaminação”.
José Bové, eurodeputado francês conhecido pela sua oposição aos transgénicos, vai mais longe. “Os apicultores são impotentes em evitar a contaminação do seu mel com pólen OGM. A única maneira segura é uma moratória total aos OGM na Europa”, disse, citado pelo jornal “The Guardian”.
Por seu lado, Guy Poppy, director do centro para as ciências biológicas da Universidade de Southampton, disse ao mesmo jornal que aquele “mel é tão seguro como qualquer outro. Não há qualquer questão de segurança”.
08 setembro, 2011
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8 comentários:
As minhas saudações apícolas!
Os OGM`s, os mais conhecidos a soja e o milho (a que costumo chamar vegetais radioactivos) são, quanto a mim, um grave problema.
Contaminam as culturas tradicionais, alterando-as de forma irreversível, entram na cadeia alimentar de organismos não preparados para os receber, desconhecendo-se a sua acção, isto tudo para satisfazer interesses de colossos multinacionais de imenso poder económico (a facturação anual da Monsanto ultrapassa o PIB de muitos países do mundo e mesmo de alguns países comunitários).
Com o seu poder económico consegue impôr os seus produtos a países e governos dizendo que o seu nobre objectivo é alimentar a população mundial (e não o colossal lucro económico).
Apregoam aos sete ventos que são óptimos para a saúde, quando até hoje, ninguém demonstrou que não são prejudiciais.
Desconhecem-se completamente os seus efeitos no organismo humano a longo prazo. Lembro a todos que há 60 ou 70 anos atrás, o tabaco também não fazia mal à saúde e demorou décadas a provar a sua acção carcinogénea, entre outras. Depois disto provado, seguiu-se mais uma guerra com o negócio das tabaqueiras, que negavam as evidências científicas.
Aqui é mais difícil, porque o poder económico das agroquímicas é incomensurávelmente superior ao das tabaqueiras.
Além disso independentemente de ser ou não nocivo é inaceitável a alteração genética, acidental ou não dos produtos tradicionais, que é irreversível e de conseqências inimagiáveis. Acresce que impõe de forma intolerável, aos cidadãos, o seu consumo independentemente da vontade destes, violando assim o principio da livre escolha (os pólens disseminando-se pelo vento a grandes distâncias, contaminam culturas que nem sonhamos que já estão contaminadas, tudo em nome do lucro selvagem).
Até quando?
Um abraço.
Abelhasah.
Boa Noite.
Já Há desse milho em portugal?
o monte do mel foi a procura do ferradela?
o monte do mel foi a procura do ferradela?
Por onde andas o amigo Pífano, assim que puder me mande aquelas fotos.
att,
Do seu amigo do outro lado do Globo.
Kalhil
Mossoró-RN
Brasil
Olá !
Isso dos ogêmês é um problema, pelo menos foi o que me disse a Maria Florência , prima da Franquelina, que está casada com o Silvério que trabalha como coveiro no cemitério da Horta da Fonte. Pois é , ela disse-me que há perto de um ano, a vizinha Matildes deu um milho às galinhas que comprou na feira do Silvado, que estava a muito bom preço e que até lhe disseram que era americano e não é que as galinhas que até eram boas poedeiras deixaram de pôr e ficaram marrecas e amarelas da cor do milho e ficaram carecas, definharam e uma semana depois morreram. Devia ser desse milho radioactivo concerteza, porque é um grande problema e era pior se a Matildes tivesse comido as galinhas e lhe acontecesse a ela o que aconteceu às galinhas.
Pois é essas coisa radioactivas só fazem é mal à saúde e não há quem nos valha para resolver isso.
Adeus.
Abelhasah !!!
Então pessoal,que será feito do nosso fornecedor de sabedoria? Pedro Luìs
Caro Abelhasah, não percebo porquê tanta preocupação com esta matéria!
Então se a própria empresa garante que não tem problema nenhum!!
"A multinacional Monsanto garante que não há razões para preocupações, em relação ao milho MON810, aprovado para cultivo na UE em 1998."
Vê?
Falando por mim, sei que assim já vou dormir mais descansado.
E em ultimo caso, se este tipo de culturas, ó meu Deus, provocasse alguma complicação, tinhamos sempre a hipotese de usar uma vedação para impedir que as abelhas visitassem esses campos.
Podia mesmo ser aquele modelo de vedações, certificado e homologado, que já é usado hoje, no nosso país, para separar as abelhas nas chamadas zonas controladas.
Sim senhor!
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