A escassez de matéria-prima já obrigou à paragem das refinarias. Há quem fale em estratégia para fazer subir o preço. Há cadeias a limitar a venda de açúcar por cliente e outras com ruptura de 'stocks'.
Há falta de açúcar no mercado nacional. Prateleiras vazias ou letreiros a limitar a compra de dois quilogramas por cliente tem sido o panorama nos últimos dias em algumas das cadeias de supers e hipermercados de Lisboa e Porto. A RAR (Refinarias de Açúcar Reunidas) invoca a falta de matéria-prima no mercado internacional e até já suspendeu a refinação. Recentemente, o presidente do grupo, Nuno Macedo Silva, explicou que a alternativa foi comprar "algum açúcar branco" para cumprir os compromissos, mostrando--se convicto de que, dentro de uma a duas semanas, a empresa deverá "receber um barco de rama e retomar a refinação".
Mas no mercado as versões variam entre os que acreditam que os produtores nacionais não tomaram precauções e que isso resulta de uma tentativa de evitar perder ainda mais dinheiro, na sequência do disparar das cotações internacionais (em Novembro atingiram o nível mais alto em 29 anos), já que os contratos com a distribuição são assinados numa base anual. "Preferem não entregar do que perder muito dinheiro e portanto vão esperando que as cotações desçam", dizem. Outros há que argumentam que "podemos estar a assistir a uma tentativa de escassear o produto para fazer subir o preço", já que qualquer contrato prevê sempre que em circunstâncias excepcionais seja revisto.
A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição desdramatiza: "Os consumidores podem estar tranquilos, não se prevê ruptura de stocks." A directora-geral da APED admite "casos pontuais de grupos que limitaram a venda de açúcar, o que pode ter levado a uma ou outra ruptura de stock", mas, diz, "a situação está normalizada".
A RAR não é tão peremptória e limita-se a assegurar que "tem vindo a ajustar" as suas posições no mercado, "explorando todas as oportunidades disponíveis", de modo a "garantir os compromissos com os clientes". O grupo aponta a falta de capacidade dos países produtores de rama de cana-de-açúcar para vender para a UE (o Brasil, entre outros), de suprir as necessidades do mercado, e o facto de o preço do açúcar, no mercado mundial, ter aumentado nos últimos meses para mais do dobro dos seus valores históricos, "fazendo que a UE perdesse o estatuto de destino preferencial de colocação desta matéria-prima".
Admite, como outros operadores, que reflecte sobre a oportunidade e necessidade "de implementação de mecanismos específicos de intervenção previstos na regulamentação comunitária para os casos de escassez de matéria-prima.
Por: Ilídia Pinto
Retirado de: http://dn.sapo.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1731325
10 dezembro, 2010
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6 comentários:
amigo Pifano aqui está uma oportunidade para promover o mel , será que somos capaz de a aproveitar?
acho que as associações podiam dar um forcinha e fazer passar a mensagem de que o mel tambem adoça e até nem faz mal á saúde.
um abraço
MELFONTENOVA
Olá Adelino,
Já tivemos tantas oportunidades para promover o mel, e...
Mas não posso deixar de concordar consigo, talvez seja esta "a" oportunidade, assim as autoridades competentes o queiram.
O MAIS IMPORTANTE:
A palavra proibida neste contexto e que deitará tudo a perder, chama-se "ESPECULAÇÃO"
Se entenderem que o mel poderá/deverá substituir o açúcar, a última opção será sempre subir o seu preço (independentemente da procura).
Importa sim mostrar que o mel é a alternativa saudável do açúcar e que os apicultores estão na disponibilidade de satisfazer o mercado nacional.
Abraços
Pifano
IT´S A WONDERFUL WORLD…
Mas digam lá que não vivemos num mundo maravilhoso…
De há três anos para cá que vimos aumentar o preço do mel para níveis que… muito nos agradam.
Porquê?
Ainda há quem pergunte, curiosamente…
As condições climatéricas na Argentina, os fogos na Austrália, o embargo aos méis do Sudoeste Asiático… os extraterrestres que abduzem abelhas… será?
E os especuladores, por essa Europa a fora que armazenaram uns largos milhões de toneladas? Tanta transacção de mel e nem por isso lhe aumentou o consumo… onde anda esse mel?
Talvez apareça agora, que desapareceu o açúcar…
Porque razão o açúcar está a escassear?
Problemas na produção? Mas isso não é previsível com meses de antecedência?
A Organização Mundial do Comércio faz lembrar o jogo do Monopólio à escala planetária.
Nós não jogamos, nem tão pouco somos os peões, não saímos da “casa de partida” e não recebemos os 2.000$00, no entanto pagamos os hotéis na “Rua Augusta” e na “Rua do Ouro”, os mais caros…
Há dois anos atrás, com o caso do Lehman Brothers percebemos quão frágil é a economia mundial e sobretudo a forma como a fazem…
Apesar das convulsões que se seguiram, e hão-de seguir, hoje o tema central é a possível, alegada e quiçá eventual falta de açúcar que já lhe fez subir o preço.
É suposto nos próximos dias “invadirmos” supermercados e açambarcarmos o maior número de pacotes de açúcar possíveis. Convém ajudar à festa…
Vamos ver os casais à entrada, que seguem cada um por seu corredor, qual divórcio provisório, nem trocam olhares ou se encontram na registadora, só para cada um açambarcar os respectivos dois ou três pacotinhos que lhe cabem no racionamento.
À entrada do carro e após o primeiro sorriso cúmplice, segundas núpcias, de olho no retrovisor não vá o arrumador de carros denunciar a marosca e: “ enganamos o sistema, temos açúcar para 6 meses”,
na volta até são diabéticos, oxalá que não… Importa é que o “morde lá aqui a ver se eu deixo” funcionou mais uma vez!!!
A propósito:
Hoje as negociações para a diminuição da emissão de gases poluentes falhou mais uma vez, não houve acordos possíveis. Ninguém quer perder competitividade…
Voltemos ao açúcar…
Há 3 horas atrás, após o jantar na casa dos meus pais, assisti divertido à perseguição que a minha mãe fazia a um punhado de formigas endemoninhadas que lhe inutilizaram cerca de 350g de açúcar.
Eu disse divertido? Nãooooo, eu já chorava de tanto rir.
O que teria dado ao raio dos bichos que nem por sombras desconfiavam da actual escassez desses cristais docinhos e literalmente invadiram o açucareiro. Ou será que sabiam?
Trouxe o frasco com as 350g de açúcar e umas dezenas de formigas douradas e pequeninas para o alimento artificial das abelhas. Prometi à minha mãe que devolvia o recipiente cheio de mel.
Foi mais um desabafo, perdoem-me lá…
por esta não esperava eu.
Pois é, já não há açúcar...
Temos também um grande factor que contribui para que haja menos açúcar. O Brasil neste momento é auto-suficiente em combustíveis, resultado da substituição de grande parte de combustíveis fosseis por etanol, que esse é resultante da destilação da cana-do-açúcar. Os agricultores, tentados pelo melhor preço, preferem vender a cana-do-açúcar para as destilarias do que para a produção de açúcar.
Não me acredito que o açúcar irá faltar mas preparem-se para um aumento considerável no preço.
Diz-se que nos Eua está a acontecer o mesmo como milho.
Vamos lá adoçar tudo com mel!!!
Abraços
Jorge Carvalho
Olá pessoal!
Após ler atentamente os vossos comentários, tive uma ideia:
Que tal se enviarmos uma miúdas bonitinhas para os parques de estacionamento das grandes superfícies, com uns folhetos de divulgação dos nossos méis e recordando em letras "gordas e garrafais" que o mel é a verdeira doce alternativa ao açúcar; podemos pegar-lhes em mel também e assim também "ficarão mais docinhas".
Só temos tudo a ganhar...inclusivamente a raiva dos "donos das grandes superfícies"
Pode ser ques lhes dê " um abafa " e a coisa feche . . .
Um abração para todos
Chumbinho
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