
Tinha o formato e o volume aproximado de uma colmeia Jumbo, mas percebia-se facilmente que era diferente


Entenda-se por “criadeiras” as colmeias onde se colocam os quadros porta cúpulas, e respectivas larvas, onde serão construídos os alvéolos reais que albergam as jovens abelhas rainhas.
Estas colmeias costumam ter como características “biológicas” uma forte população de abelhas saudáveis que recolham nutrientes em quantidade suficiente e aqueçam a criação (rainhas). Devem igualmente possuir boa quantidade de abelhas “amas”, com poucos dias de vida, que produzam geleia real em quantidade suficiente para o número de rainhas a criar nas cúpulas.
... já me esquecia de uma característica muito importante: estas caixas não devem ter RAINHA, pelo menos que possa contactar com as cúpulas e alvéolos reais, caso contrário destrui-los-iam.

Existem no entanto pormenores que poderão tornar o processo muito mais eficaz, sobretudo quando a opção é a produção contínua de rainhas.
Senão veja-se: como foi dito atrás, eram necessárias muitas abelhas amas para a produção de geleia real e para cuidarem das novas rainhas (larvas), mas era “proibida” a presença física de uma rainha e sem rainha, não há produção de abelhas novas...
Como resolver este dilema? Retirar periodicamente umas mão-cheias de amas de uma colmeia com rainha e adicioná-las à criadeira?
Era um processo difícil, moroso e até chato,... mas há quem o faça.
O ideal (nas “criadeiras” que conheço) é manter uma rainha em actividade (a pôr ovos e a nascerem amas) separada fisicamente do quadro porta cúpulas. O que se consegue com uma grade excluidora de rainhas. As amas obviamente que acabam por migrar através da grade excluidora e aceder às larvas no porta cúpulas.
Na minha região usavam (usam) uns curiosos modelos adaptados de uma colmeia Langstroth, que mais lembram uma colmeia Reversível associado a um núcleo Reversível:


É como se a Colmeia estivesse acoplada lateralmente ao Núcleo, apenas estão separadas por uma grade excluidora de rainhas. Têm no entanto entradas distintas.
As amas que nascem na colmeia podem assim passar livremente para a o Núcleo (pela grade excluidora) e aceder às larvas de rainha, sem que a rainha velha as possa destruir.

Como se sabe, as colmeias Langstroth têm dez quadros (muito compridos):

Não devemos é esquecer de tapar a entrada original e agora substituí-la por duas entradas laterais: Uma para a câmara com 10 quadros (onde fica a rainha) e outra para a câmara com 5 quadros (onde fica o quadro porta cúpulas.
Não esquecendo obviamente de dividir estas duas câmaras com uma parede de madeira onde se instala uma janela com grade excluidora de rainhas...


Com a Colmeia Criadeira Alemã o processo é semelhante ao anterior. Só que esta possuindo uma divisão longitudinal (2 x 16 quadros), possui uma multiplicidade de combinações de câmaras com rainhas e outras com quadros porta cúpulas, obviamente separados por grades excluidoras. O número de câmaras com rainha e de câmaras com quadros porta cúpulas, tal como das combinações entre elas depende obviamente da vontade e dos objectivos do operador.









Desta forma, seja pela maior separação física das rainhas, seja pela grande produção de abelhas ama que migrariam para a câmara central, poder-se-iam obter cerca de 48 rainhas de grande qualidade.
Pode ser, pode ser que para o ano tal utensílio já seja uma realidade...


4 comentários:
e outra coiza
Parabéns... gostei muito de ver a criadeira de raínhas
Onde consigo comprar essa criadeira de rainhas?
Olá Derly Miranda
Suponho que o Sr. Vicente terá adquirido esta colmeia
há muitos anos quando residia na Suécia.
Talvez o ideal seja mesmo construir uma colmeia
com essas características
abraço
Joaquim Pifano
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