
Uma das criticas que é feita à utilização deste método prende-se com o constrangimento que tal artefacto provoca no tráfego de abelhas, situação que parece ultrapassada com a utilização do equipamento apresentado:
Estava lendo um post antigo (http://montedomel.blogspot.com/2009/04/controlo-de-enxameacao.html) e ali falavas de uma tela para conter a rainha no processo de enxameação e resolvi te escrever para comentar o dispositivo que venho utilizando há quase um ano (usei-o na entrada da primavera e não retirei até agora em pleno inverno pois actua como redutor de alvado também) e tenho também recomendado para apicultores urbanos para evitar enxameações e posteriores remoções em locais de difícil acesso como escolas e prédios altos.
O dispositivo consiste de uma ripa de madeira onde faço um entalhe de 5 mm de altura com a serra circular, por esse entalhe as abelhas entram e como não são furos e sim um entalhe contínuo, não há perdas das pelotas de pólen (fotos em anexo).

Em outras colmeias que estão fora do padrão do apiário utilizo uma simples chapa de metal com o mesmo entalhe de 5 mm e funciona bem.



O único inconveniente que vi foi o aumento dos alvéolos de zângãos no centro da colmeia e solucionei colocando esses favos nas laterais, acredito que seja por causa do instinto de enxamear mas a produção nessas caixas foi de 27 a 32 kg em comparação com as que não tinham o dispositivo que variou de 12 a 17 kg. Logo, apesar de ter mais zângãos e de as abelhas terem maior trabalho para a retirada dos restos destes (vi que partem o zangão em pedaços para levarem para fora da caixa), a produção ainda assim é maior. Acredito que estes benefícios e inconvenientes também aconteçam com quem utiliza a gaiola que mencionasse.
Agora de posse dessas informações pretendo modificar o maneio no final do Inverno, antes da próxima Primavera, como é natural em todas as espécies a reprodução, acredito que com as abelhas não é diferente, no entanto como em outras espécies para nós não é benéfica essa multiplicação, mas mesmo assim vou retirar as ripas de alvado antes do início da primavera e espalhar caça-enxames em numero dobrado ao número de caixas que possuo e deixar que nos dois primeiros meses da primavera (Outubro/Novembro) elas enxameiem para que ocorra a renovação das rainhas e depois recolocarei as ripas novamente e os enxames que capturar farei a união deles de acordo com o tamanho e vou iniciar a trabalhar com o tabuleiro de Snelgrove neles.
Leonardo Merlo da Silva
7 comentários:
Boas
Realmente penso ser uma ideia valida e que estou tentado a experimentar, pois já tinha pensado em aplicar uma ripa de madeira para reduzir a altura da entrada das colmeias para evitar a pilhagem, desta forma sou capaz de resolver 2 problemas de uma vez só. Se avançar com isto para o ano coloco aqui o resultado. Outra que quero experimentar é a de produção de própolis na lateral da alça, pois já estou farto dos capta própolis de plástico... e com isto juntar o hobbie de carpinteiro aos que já tenho...
Parece muito promissor, mas tenho uma questão. É a questão do acompanhamento da colónia?!, pois se a raínha morre por qualquer problema físico elas não conseguem reproduzir-se e ficam órfãs, com uma raínha inutil dentro da colmeia.
Para usar em Março, Abril e Maio parece muito válido, permitindo também seleccionar as colónias de zangão reprodutores. Gosto!, e vão saír mais uns testes..
ass: abelhasdoagreste
Olá Afonso,
No caso de mortalidade/substituição da rainha, a monitorização do interior da colmeia permite-nos saber isso e remover o constrangimento da entrada, não sei se o autor do invento tem outra explicação...
Abraços
Pifano
As minhas saudações!
Extremamente simples, muito fácil de executar, ao alcance de qualquer apicultor e muito mais económico que a grade excluidora.
Não sei se resolverá o problema dos constrangimentos na entrada. Pelo menos em algumas fotografias vê-se um grande apinhamento de abelhas.
Para a pilhagem, uma vez que esta ocorre quase sempre em colmeias fracas, parece ter ainda uma largura excessiva. Quando tenho problemas de pilhagem em alguma colmeia muito fraca, fecho quase completamente a entrada com uma ripa, ficando apenas um quadrado de acesso com cerca de 6X6 mm e tenho tido bons resultados.
Seja como for, a solução é extremamente simples e prática.
Boa cresta.
Abelhasah.
Complementando o Joaquim, através do monitoramento da postura nos favos tem-se uma ideia de como está a rainha (favos com muitas falhas na espiral = rainha velha - segundo um livro francês que me comprometo a citar o nome em outro momento, a partir de 2 -3 anos começa a ocorrer esse fenômeno devido a mortalidade de sptz ou até mesmo ao esgotamento da reserva destes na espermateca - dependendo da intensidade da postura)e a partir dessas observações se decide a continuar com o apetrecho ou retirá-lo. Por enquanto acompanhei de perto porque tive esse receio quando notei a presença de células de zangões, mas as colmeias iniciaram nesse manejo no inicio da primavera e estão até agora em pleno inverno. Um detalhe que observei esta semana é que as colmeias que usam esse apetrecho não propolisaram a entrada enquanto que as outras deixaram apenas alguns orifícios livres na entrada.
Caro Leonardo
Na última foto gostaria de saber qual a razão de estar junto da entrada um pratinho com uns pauzinhos e mais alguma coisa lá dentro? para que serve?
Osvaldo, agora estamos em pleno inverno e como essas colmeias não são modelo Langstroth não dá pra colocar o alimentador Boardmann, por isso nessas colmeias coloco alimento no pires e alguns gravetos para que não se afoguem.
Abraco
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