15 janeiro, 2013

A ADERAVIS e o Programa Apícola Nacional

Desde há cerca de quinze anos que o Programa Apícola Nacional supostamente devia promover melhorias na apicultura nacional.
Desde os primeiros tempos em que um inicialmente humilde e quase informal “Programa de Acções de Melhoria da Produção e Comercialização do Mel”, que até funcionava, se tem vindo gradualmente a degradar e a enterrar em burocracias desnecessárias, gestões e controlos absurdos que têm resultado sobretudo no desânimo de apicultores, dirigentes associativos e técnicos de apicultura. Não esquecendo evidentemente os abusos e a tendenciosa divisão de verbas feitas em nome de um mito disfuncional senão ridículo a que pomposamente se deu o nome de Zonas Sanitárias Controladas.
Desde a campanha 2008/2009 que a ADERAVIS se candidata única e exclusivamente à Medida 1-B (Assistência Técnica) do PAN.
Lamentamos que boa parte do esforço de trabalho efectuado nesta associação seja despendido a defender-se de institituições que supostamente deviam colaborar connosco de forma sinérgica na nossa defesa e na defesa do sector que os nossos associados abraçaram e que infelizmente mais parecem conspirar contra os objectivos a que honradamente aspiramos alcançar.
No dia 16/05/2011, cerca de 11 meses após a apresentação da Candidatura à Medida 1-B do Programa Apícola Nacional - 2011, período durante o qual e apesar de tudo o técnico se manteve em funções, a ADERAVIS é notificada via fax pelo IFAP da seguinte informação:

Assunto: Programa Apícola Nacional – Medida 1B – Assistência Técnica – Serviços de Assistência Técnica
No seguimento da análise efectuada à sua candidatura apresentada à Medida 1B no âmbito do PAN 2011, vimos por este meio informar que foi aprovado financeiramente o montante máximo de 22.808,66 €.

Na posse de tal informação, a ADERAVIS procedeu de imediato ao pagamento de todos os retroactivos referentes à Segurança Social e IRS - Retenção na Fonte, do técnico contratado. A que se somaram avultadas somas de coimas e respectivos juros de mora.
Importa aqui referir que os valores gastos nas referidas obrigações sociais e fiscais só foram possíveis graças à pronta intervenção e espirito de sacrifício dos corpos sociais da associação, bem como de outros parceiros.
A ADERAVIS, estatutária e juridicamente sem fins lucrativos, não tem outra fonte de rendimento além da quotização paga pelos associados, nomeadamente 0,50 €/mês.
No dia 07/06/2011, 22 dias após o primeiro fax e gasta a elevada verba que não possuíamos, recebemos uma segunda missiva, também via fax e remetida pelo IFAP, onde se podia ler o seguinte:

Assunto: Programa Apícola Nacional 2011 – Medida 1B
O anexo III do Despacho Normativo n.º 27/10, de 24 de Novembro dispõe que: “sempre que existam candidaturas aprovadas nas Regiões Autónomas, a aplicação destes critérios não devem prejudicar a alocação do montante correspondente ao nível de apoio para 2 e 1 técnicos a tempo inteiro respectivamente para os Açores e Madeira”, pressuposto que, por lapso, não foi tido em consideração no processo de hierarquização das candidaturas para a Medida 1B.
Face ao exposto, vimos por este meio informar que a sua candidatura DCI n.º 01/060000 à Medida 1B só poderá ser considerada parcialmente, por indisponibilidade financeira, pelo montante de 13.877,19 €, ficando assim sem efeito o exposto no nosso fax n.º (…) de 13/05/2011.
Solicita-se que nos informe a Vossa aceitação ou não da referida aprovação parcial.
Esta informação chegou-nos sem um pedido de desculpas, sem procurar saber minimamente as consequências destas decisões tão contraditórias nas finanças da associação, o impacto que tal “lapso” teria na vida pessoal/profissional do técnico ou mesmo na continuidade do acompanhamento das explorações dos associados.
Ora, isto é o que se pode classificar como um quadro completamente surrealista…
As consequências da nossa decisão de refutar tal aprovação final, implicariam a perda dos 13.877,19 € a somar à elevada importância já despendida na Segurança Social, Finanças e respectivas coimas mais juros de mora.
Aceitando tal decisão, para a associação poder beneficiar dos referidos 13,877,19 € teria de manter o técnico a tempo inteiro o que custaria mais de 25.000,00 €.
Algum tempo depois, e após muita pressão exercida pela ADERAVIS junto do Ministério da Agricultura, recebemos um terceiro fax do IFAP onde voltavam a aprovar a referida candidatura no montante total.
Mais uma vez não houve um pedido formal (ou informal) de desculpas, uma justificação minimamente aceitável do sucedido ou outra qualquer justificação. Após a “euforia” da justiça reposta, surgiu-nos logo a dúvida mais que óbvia: viria um quarto fax a anular os primeiros três?

O “lapso” do IFAP/GPP custou-nos um técnico.
Um técnico que ia iniciar o segundo ano de funções quando se verificou esta ocorrência, e com toda a legitimidade das obrigações económico-financeiras que possuía resolveu procurar uma ocupação mais estável.
 O primeiro ano de funções desse técnico na ADERAVIS serviu basicamente para o formar e quando era suposto começarmos a colher os frutos de tal formação fomos traídos pelo suposto apoio que o Programa Apícola nos devia garantir.

Esta história não é inédita, senão veja-se o número de técnicos que já passaram pelas associações de apicultores do Alentejo desde 1999 até à actualidade e que já “beneficiaram” dos mimos do PAN via IFAP/GPP:
AASACV  – 3 técnicos
ADERAVIS – 3 técnicos
APIGUADIANA – 6 técnicos
APILEGRE – 4 técnicos
APISOR – 2 técnicos
EVORAMEL – 2 técnicos
MONTEMORMEL – 3 técnicos
Duas das sete associações de apicultores já não existem, e dos 23 técnicos apenas sobram cinco. Técnicos formados à custa do referido Programa Apícola e que supostamente deviam ter sido mantidos no sector contribuindo para o seu desenvolvimento com a experiência crescente. No entanto a precariedade e más condições dadas a tal ocupação fizeram com que procurassem empregos mais seguros.
A 27 de Dezembro de 2012 e relativamente ao PAN 2012 (a campanha em curso), a ADERAVIS recebe mais um lacónico fax do IFAP onde pouco mais se informa de útil que para a candidatura à Medida 1-B da ADERAVIS para o PAN – 2013, o montante aprovado é de 0,00€ …
Logo de imediato enviamos um FAX ao IFAP onde solicitamos precisamente as actas da decisão, bem como os critérios em que se basearam para a exclusão da ADERAVIS do referido PAN. Já se passaram duas semanas e como é habitual no IFAP nunca nos é dada qualquer resposta, tal é o desprezo a que há muito tal instituição nos parece ter votado.
Antecipando-nos à justificação solicitada ao IFAP, que decerto e como é hábito não nos irá chegar, resolvemos recordar a notícia veiculada há dois anos na RAPID – (Edição da Representação da Comissão Europeia em Portugal) de 14 de Setembro de 2010, onde se refere acerca do Programa Apícola Nacional do triênio em curso que:
A Comissão aprovou hoje os programas nacionais dos 27 Estados-Membros destinados a melhorar a produção e comercialização de produtos apícolas no período de 2011-2013. A contribuição da UE para o financiamento dos programas aumentou quase 25% em relação ao período anterior (2008-2010), passando de 26 milhões de euros para 32 milhões de euros por ano.
Tal constatação acaba por tornar ainda mais inverosímil senão suspeita a decisão do IFAP/GPP em deixar sem apoio técnico e sem apresentar qualquer alternativa aos 106 apicultores associados e detentores de cerca de 6000 colmeias inscritas na ADERAVIS, distribuídas por oito concelhos. Estas explorações apícolas contribuem para a economia local/nacional, essencialmente com mel para a exportação.
Numa fase em que é reconhecida a nível global a importância económica, social e ambiental da actividade das abelhas, bem como a cada vez maior e preocupante dependência das colónias destes insectos dos apicultores que delas cuidam e que delas precisam, devemos concluir que a prestação do IFAP/GPP no sector apícola em Portugal só poderá resultar em algo de irresponsável e desastroso.
Do mesmo documento ocorre-nos perguntar onde é gasta tão elevada soma, na medida em que de há vários anos a esta parte o número de colónias de abelhas em Portugal se mantem nas 500.000, o número de associações de apicultores também não tem aumentado muito, como é possível que verbas muito inferiores no PAN 2008 – 2010 chegavam para dotar as associações com assistência técnica aos associados e actualmente com um reforço de verba a rondar os 25% tal já não é possível.
Preferimos nem sequer pensar no assunto ou até ignorar que a maior parte do apoio financeiro seja consumido na Medida 2-A (Luta contra a Varroose), nos medicamentos ditos homologados e cuja eficácia duvidosa têm levado a que boa parte dos apicultores tenham renunciado ao seu uso, substituindo-os por formulações clandestinas que a DGV não consegue controlar.
Fica a informação que noutros países da UE e aqui bem perto, haja uma maior variedade de medicamentos homologados, com custos sustentáveis e com maior liberdade de escolha também de homeopáticos.
Inúmeras vezes, nos relatórios trimestrais de carácter técnico previstos na Medida 1-B, alertamos para tais problemas, sendo no entanto que aos mesmos nunca foi dada qualquer importância por parte das autoridades competentes.
Ou será que por força das sugestões, reparos e demais críticas construtivas formuladas ao longo destes anos pela ADERAVIS ao funcionamento do PAN, seja este o reconhecimento "algo" retaliativo do IFAP/GPP?

17 comentários:

Anónimo disse...

Não me admirava nada que fosse uma condenação sumária por via da critica, que esta gente tem muitas dificuldades em digerir, talvez porque pensem que o dinheiro que gerem, e que é de todos nós pago pelos nossos impostos, é sua propriedade e como tal podem chantagear toda a gente, espero que o bom-senso prevaleça ou mais de 6.000 colmeias ficarão abandonadas á sua sorte e mais de 100 apicultores a ver 50 toneladas de mel por um canudo que mais não é que o olho cego do IFAP/GPP

Anónimo disse...

Caros amigos!
Há que ponderar sériamente nas monstruosidades que estão fazendo ao sector apícola; senão vejamos:
- A CE, aprova montantes para a apicultura nacional e por irónico que pareça, 70% vão parar direitinhos "ao cúzinho" do IFAP.
Os restantes 30% são esmiuçados como esmola pelas associações apícolas que fomos obrigados a criar; sim! fomos obrigados pelos serviços oficiais a criar associações;quem manda, paga e sendo assim, quem nos "obrigou" a constituir em associações, deveria pagar, o que não faz.
Esses mandantes "tiveram uma diarreia mental numa noite" e daí para a frente começaram a surgir zonas controladas, que na realidade pouco ou nada controlam e no que me é dado a apreciar, servem sómente para satisfazer o ego de alguns maníacos e imcompetentes; mas adiante e voltando "á vaca fria", estes criançolas incompetentes e malandrecos, depois de satisfazerem o seu ego, desprezam as associações que cumprem; melhor ainda! fiscalizam sistemáticamente as associações que cumprem fielmente o que lhe mandam fazer, não se importando com as consequências.Neste país, quanto mais se cumpre, mais fiscalizados somos;As autoridades julgam que todos são como elas, pois fartam-se de roubar e vigarizar o povo e quem paga as favas é o povinho;os criminosos são elevados e os cumpridores rebaixados. Também não querem saber dos técnicos das associações, pois não os consideram gente com família e encargos.Não se entende como ninguém ainda teve coragem de colocar o preto no branco e queixar-se destes gatunos e vigaristas que temos a mandar nas associações.Será que Bruxelas sabe o que nos andam a fazer? Será que bruxelas sabe que tudo quanto estes gatunos nos mandam fazer, é com a desculpa que foi Bruxelas que mandou fazer? Será que tudo isto é verdade? Quem é que se está amanhando com os fundos que vêm para a apicultura nacional? qual é a justificação?
Meus amigos! há que reunirmo-nos e ponderar sobre um futuro incerto e quanto a mim, cheio de aldrabices para nos encher o olho.
Se houver gente com coragem, Bruxelas poderá saber muita coisa que nos é escondida e imposta com argumentos da treta.

Um abraço e boas picadelas

Chumbinho

Anónimo disse...

Pelo que tenho verificado nos últimos anos como técnico é que o sector apícola nacional não tem o mínimo interesse para os políticos, e o que se tem verificado nestes programas é o mesmo que se verifica com o resto do país é um programa feito e adaptado aos interesses de alguns, pouco senhores, alguns que nem apicultores são. Um dos apoios de 1.250.000 euros anuais é uma clara medida de beneficio dos interesses instalados, o estado e as entidades oficiais nunca tiveram qualquer intenção de criar zonas endemes de doenças de abelhas, porque se fosse do interesse do mesmo o real funcionamento das zonas controladas de doenças de abelhas, não deixava circular colónias por todo o pais e do estrangeiro para Portugal sem saber minimamente o que trazem em termos de doenças e pragas, visto que em 1985 foram as colónias invasoras espanholas que introduziram a Varroa e em 2010 as mesmas introduziram a nosema ceranea e em 2012 foi de Espanha que vieram as primeiras vespas Velotinas e até hoje os Serviços veterinários continuam a compactuar com estes cenários impávidos e serenos. as zonas controladas de controladas só têm o nome são mais uma grande anedota deste país, o apoio á aquisição de medicamentos com pouca ou nenhuma eficácia no combate á varroa e vendidos aos preços mais altos da Europa é outra.

Pedro Mendonça disse...

Há que sair um pouco do mundo apícola e ver o panorama geral de todos os sectores que contribuem para a riqueza nacional e relativizar as coisas para se concluir que a apicultura em Portugal não tem expressão que, para os políticos, valha a pena esforçarem-se por melhorar o sector.

Infelizmente é a verdade nua a crua.

Se para a agricultura em si, é já uma batalha diária para se conseguir que no ministério se trabalhe minimamente pelos produtores portugueses, imagine-se na apicultura, um sector agrícola com contributo para o PIB de quase nada.

Obviamente isto não serve de desculpa aos nossos políticos que são pagos por todos nós para fazer o que lhes compete. Mas o problema é a competência...que não a há.

Anónimo disse...

Boa tarde

Mais uma vez a verdade vem ao de cima quando não chega para tudo os amigos não podem ficar de fora.
Porque não se corta num medicamento que como toda a gente sabe a maior parte não aplica e alguns até dizem que é ótimo para acender lume pois arde muito bem e entre queimar ou por nas abelhas á varroa não a preocupa pois tanto a mata ao arder fora como ao colocar dentro.
Agora como não chega para todos corta-se nos mais fracos o que é normal pois os amigos papadores de pan não podem ficar de fora.
Em relação ás zonas descontroladas tem que lhe dar tudo para poderem descontrolar o ninguém lhes deixa controlar aqui na zona descontrolada por exemplo entraram milhares de colmeias e a autorização em vez vez de passar pelos gestores da zona descontroladas passou diretamente pela alta autoridade veterinária e os gestores da zona só o souberam quando já havia autorização de entrada na zona descontrolada. Posto isto o que é uma zona controlada?
Voltando á distribuição da merenda porque não dividir proporcional e a haver cortes que sejam em percentagem igual por todos os merendeiros e deixem de queimar tanto plástico importado.

Eco-Escolas disse...

A dada altura foi solicitado ao IFAP/GPP informação sobre quais seriam os laboratórios nacionais aprovados/acreditados para realização de análise polínicas. Na listagem dos laboratórios aprovados pela DGV no âmbito do PAN, os mesmos apenas contemplavam análises microbiológicas, físico-químicas e resíduos. No entanto, na tipologia das despesas elegíveis da medida 4 A do PAN as análises polínicas estão contempladas.
Até hoje, apesar da nossa insistência junto da DRDA (Direção Regional do Desenvolvimento Agrário) que também insistiu por várias vezes junto da Direção Geral de Veterinária – ofícios dirigido à sra. Susana Pombo – nunca se obteve qualquer resposta por parte desta gente.
Esperar uma resposta do IGAP/GPP? Isso só acontece nos filmes.
Apesar da não resposta a DRDA teve um comportamento completamente antagónico da sua congénere nacional. Atuou e mesmo sem resposta entendeu, e muito bem, que o laboratório por nós pretendido deveria ser aceite para a realização das análises.
Esperamos que para o próximo PAN (se houver) a listagem dos laboratórios autorizados já seja produzida de acordo com as despesas elegíveis na medida 4 A.

António Marques

P. S - Por favor, sempre que fizerem um comentário, identifiquem-se.

Anónimo disse...

...estarei enganado ou a ADERAVIS não fez cadidatura trianual?

Sandra

Alien disse...

Olá Sandra,

Desde a primeira vez que a ADERAVIS se candidatou ao PAN – Medida 1-B, que o tem feito apenas para um ano de cada vez.

Já sabíamos dessa informação, se nos tivessem aprovado a candidatura no PAN-2011, automaticamente as subsequentes PAN-2012 e PAN-2013 estariam automaticamente aprovadas. No entanto, e como ficou claro no texto, foi logo no primeiro ano do triênio (2011-2013) que o “lapso” do IFAP iniciou a confusão.

Se para um único ano deu no que deu, não vejo porque no-la haviam de aprovar para três.

Por outro lado, esse truquezinho da candidatura trianual que o Despacho Normativo permite para beneficiamento na hierarquização das candidaturas, não corresponde minimamente à nossa forma de estar na apicultura. Hoje teríamos nós a Medida 1-B aprovada e estaria outra associação sem técnico.

Ou caso todas as associações tivessem feito uma candidatura trianual a verba esticaria? Seria ampliada? Todas teriam técnico?

A posição da ADERAVIS é que TODAS as associações tenham acesso a tal ajuda, TODOS os apicultores tenham direito assistência técnica. Pessoalmente repugna-me a existência da dita hierarquização de candidaturas (ou de associações) para o PAN, o IFAP ou o MAMAOT…

O que dizer a centenas (ou milhares?) de jovens apicultores que ora iniciaram a actividade com os projectos ProDer, com poucos conhecimentos e cuja associação ficou desprovida de ajuda?

Para se associarem noutro local? Independentemente da distância?

Abraços

Joaquim Pifano

FaroApurado disse...

Faz hoje dia 17 de Janeiro, 20 dias que a ADERAVIS enviou um pedido de informação ao IFAP sobre os critérios de atribuição de apoio técnico. Ainda não obtivemos qualquer resposta.....
Aguardemos.....pacientemente.....

Anónimo disse...

Mais valia assumirem que nao dao nada, e deixarem ao cuidado dos apicultores.Assim criam-se expectativas nao concretizàveis e sobretudo nao predictiveis!
O dinheiro esfuma-se, e nem se sabe onde cai..algo que nao é novo.

E sao os apicultores que mais uma vez puxam a carroca!!

Esse dinheiro para a luta à varroose, eu nunca o vi. E mais valia terminar de uma vez.

O que me parecia bem era a promocao por Distrito de formacoes avancadas de apicultura, e serem os proprios tecnicos do IFAP a terem de os dar em horario nocturno, e acessivel para todos.

Abraco..e Forca Aderavis!

Abelhasdoagreste

Anónimo disse...

" enviamos um FAX ao IFAP onde solicitamos precisamente as actas da decisão, bem como os critérios em que se basearam para a exclusão da ADERAVIS do referido PAN."

tenho acompanhado este assunto com interesse e ocorre-me perguntar,

1 Será que foram lavradas actas de decisão?
2 Será que houve critérios?
3 Não há uma federação que zele pelos insteresses dos apicultores?

bem hajam

António Martins

Anónimo disse...

Parte I

Amigos Apicultores :
Ando há cerca de duas semanas às voltas com isto e o que a seguir vou escrever, corresponde à minha exclusiva e pessoal opinião, não havendo por isso qualquer responsabilidade da Associação a que pertenço, ou de qualquer seu associado.
A Associação a que pertenço, tem desde há vários anos, atravessado graves problema de gestão e financeiros, em grande parte motivados por este “puxar de tapete”, a que estes “senhores” já nos habituaram.
Há cerca de seis anos, por um conflito grave com um membro da Direcção, acabámos por perder o apoio à medida 1B e, consequentemente, perdemos o técnico.
É a mais antiga Associação do país e, poucos apicultores haverá com mais de 45 ou 50 anos de idade, residentes na Grande Lisboa, que por ela não tenham passado, ou com ela não tenham dado os primeiros (e os últimos) passos na Apicultura. Sempre foi e, a actual Direcção faz todos os esforços, para que continue a ser uma referência na Apicultura.
Pois bem meus senhores, foi esta Associação, que o excelso IFAP na sequência daquele conflito, resolveu tratar como se de um garoto traquina se tratasse. Resolveu castigá-lo. E como ? Cortando muito simplesmente o acesso à medida 1B durante dois anos a fio. Critério ? Certamente o de um qualquer amanuense, que de abelhas só deveria saber que voavam, ou então nem isso !
Este ano, como todas as nossas congéneres, ficámos outra vez sem o apoio da medida 1B.
Mas vejamos como as coisas se passam :
1)Para nos podermos candidatar, temos que ter um técnico contratado.
2)Se há um contrato de trabalho, somos obrigados a fazer os respectivos descontos para a segurança social e as retenções de IRS. Sim. Porque destas alcavalas, a Administração do Estado (já lá iremos) , não abdica.
3)Cinco meses depois, a mesma Administração do Estado, vem dizer que afinal não dá apoio. Isto depois de ter extorquido as verbas que referi, e que, qual cão de fila, não devolverá de maneira nenhuma (experimentem , se querem ver se tenho ou não razão).
4)A Associação que andou a despender verbas que não tinha , só tem uma solução: falir.
5)E o técnico , em que situação fica ? É que isto nem sequer é trabalho precário. É roleta russa pura e dura.
6)No fundo , a Administração do Estado, pela mão do simpático IFAP, é a principal responsável pelas sérias dificuldades em que a maioria das associações se encontra e do desinteresse crescente dos técnicos.
7)No entanto, estranhamente, algumas estão florescentes, com três e até quatro técnicos apoiados pela medida 1B !
Conviria saber quais são, quem são os elementos dos seus corpos sociais e da sua relação com o sistema…

As minhas saudações apícolas,

Abelhasah.

Anónimo disse...

Parte II


Pensa-se em recorrer para uma ou outra instância. Pessoalmente, acho que ou nos reunimos a uma só voz e recorremos directamente para instâncias europeias, com dados bem fundamentados e alicerçados com um bom apoio jurídico, o que é dispendioso, ou, ficar por instâncias nacionais, é pura perda de tempo.
Porque dizer-se que este pobre país é um Estado de Direito é pura aleivosia. Conseguiu a Administração do Estado (que curiosamente, faz todos os esforços para se identificar com o Estado, quando são coisas bem distintas), com a sua poderosa máquina de “agit-prop” (agitação e propaganda, tão perfeita e elaborada que, Joseph Goebbels, ao pé destes “meninos”, não passava de um tosco publicitário de vão de escada), criar esta mentira gigantesca de Portugal ser um Estado de Direito e de Justiça.
Curiosamente, há um ano ou dois, um senhor , dizia que era urgente reformar a Justiça, até porque essa reforma não custaria um cêntimo ao erário público. É verdade. A justiça pode ser reformada sem se gastar um tostão. Pena é que esse senhor não se tenha lembrado de o fazer , quando era Primeiro Ministro. Esquecimentos…
Mas, meus amigos, a idade da inocência passou há muito. Não se iludam, porque coisa que nunca vai haver neste pais é Justiça e Equidade. Por uma razão muito simples: a Administração do Estado é a primeira interessada no não funcionamento da Justiça. Porque é o primeiro incumpridor, fazendo tábua rasa da lei que viola de forma permanente e reiterada segura da sua impunidade, que se alicerça precisamente numa Justiça ineficaz. Uma verdadeira “pescadinha de rabo na boca” .
O Código do Processo Administrativo estabelece prazos e termos para as respostas aos pedidos de esclarecimento, interpelações e esclarecimento que os cidadãos endereçam aos serviços. Conhecem algum que os cumpra ? E quando não cumprem sofrem alguma sanção ?
O IFAP, de acordo com o CPA, tem prazos para resposta e é obrigado a dá-la. No entanto, se alguma vez vier e fora de prazo, será certamente uma resposta vaga e evasiva, bem contrária à mesma legislação, que postula que a informação deve ser precisa , objectiva e esclarecedora.
As estruturas existentes que pretendem representar a Apicultura não nos servem. A solução é simples:
Há que as substituir por outras que sejam eficientes, construtivas e eficazes, determinadas a defender a Apicultura com base num sistema associativo justo e equitativo, a nível nacional, ao encontro dos interesses dos Apicultores que não são mais que os interesses do Estado (não confundir com interesses da Administração do Estado). Aqui os dirigentes associativos, terão no desencadear do processo, um papel determinante , devendo desenvolver contactos e obter consensos de objectivos, de forma a delinear estratégias de actuação.
Com um movimento Associativo forte e coeso, o IFAP será irrelevante, ultrapassado e obsoleto.
Mas temos que estar bem conscientes das nossas capacidades e responsabilidades e, ter bem presente a noção que , uma vez desencadeado o processo, não haverá retorno. A menor paragem ou hesitação representará a destruição de todo o processo com graves consequências para todos. E de uma coisa podemos estar certos : não faltarão entraves , armadilhas e traições, pela simples razão que ninguém abdica de boa vontade de benefícios e privilégios.

Os dados estão lançados.

As minhas saudações apícolas,

Abelhasah.

Anónimo disse...

Se calhar uma forma de minorar estes problemas de elegibilidade/não elegibilidade de algumas candidaturas à medida 1B passaria por dividir a ajuda forfetária em duas partes. Ou seja, ajuda forfetária para técnicos a tempo parcial (e aí a ajuda teria que ser metade daquilo que é) e ajuda forfetária para técnicos a "full time". Porventura sobraria mais algum dinheiro e por-se-ía alguma justeza na distribuição.

Sandra

Anónimo disse...

Boa noite a todos!

Achei curiosa e ideia de técnico em "part time" e a "full time".
Não sei é como será exequível,um trabalho a "part time" pelo menos na minha Associação, onde, graças ao trabaho desenvolvido pelo Técnico e pela actual Direcção, passámos dos 60 apicultores e pouco mais de 2250 colmeias em 2011, para 125 apicultores e mais de 7000 colmeias em 2013.
E, para chegarmos a estes números , está aqui muito trabalhinho, do Técnico e da Direcção, muitas horas de trabalho em horas e fora de horas, de semana e de fim de semana e de todos. Conseguimos reabilitar uma Associação moribunda, para agora nos puxarem o tapete debaixo dos pés ?
Para isto, foi necessário muito mais que um horário "full time" de um Técnico.
"Part time" ? Não me parece.
E qual seria o critério ???

Um abraço para todos .

Abelhasah.

Eco-Escolas disse...

Boa Noite

A Sra. Sandra conhece alguma Associação ou Cooperativa que tenha um técnico a tempor parcial e receba a ajuda forfetário por inteiro?

António Marquea

Anónimo disse...

Sr. António Marquea, gostaria de ajudá-lo, mas de facto as minhas suposições não são suportadas por factos concretos, tal como alguns pontos de vista que aqui e ali se escrevem. Mas certamente se questionar o IFAP ou a entidade que receciona candidaturas, poderá obter uma informação mais fiável.
Mas concordo com o que diz o Sr. Abelhasah, pois também não concebo que um técnico a tempo parcial possa fazer grande coisa. Talvez o objectivo seja camuflar com uma hipotética assistência técnica, a forma de ganhar dinheiro.
Mas até isto é uma especulação minha.

Sandra