05 outubro, 2010

A Colmeia Africana

Mais uma surpresa encontrada nos criativos apiários da MACMEL, desta vez uma colmeia de modelo Africano.
Trata-se de uma “brincadeira” acessível a quem se interesse pelo bricolage e mais não necessita que um monte de tábuas recicladas, martelo, pregos e …abelhas! O objectivo é construir um caixote comprido (aprox. 1,20m) por 50 cm de largo e 40 cm de alto.


Por causa da forma natural dos favos, convém que a caixa fique mais larga em cima e estreita em baixo.
Não tem verdadeiros quadros, estes são substituídos por tábuas que se colocam horizontalmente ao longo de toda a colmeia, livres e assentes sobre um friso ou directamente nas paredes laterais. Estas tábuas correspondem ao “travessão” superior dos quadros normais, não lhe sendo adicionada qualquer cera moldada como no caso dos cortiços. No entanto, não há nada que nos impeça de o fazer.

Em condições normais as abelhas vão utilizar cada uma destas tábuas para fixar a parte de cima dos favos, pelo que podemos referir-nos a eles como “quadros móveis” uma vez que podemos remover as tábuas isoladamente para manipular a colónia.

Para que tudo corra bem devemos munir-nos de uma bússola para orientarmos os quadros num ângulo de 60º relativamente ao Norte Magnético. Caso contrário as abelhas vão fazê-lo por sua livre iniciativa e cada favo será comum a mais que uma tábua, dificultando a sua mobilidade:

Pode ser um passatempo interessante para os anos de muita captura de enxames selvagens e já não haja sítio onde os colocar…

8 comentários:

Abelha Preguiçosa disse...

Olá!
Aprende-se bastante a trabalhar com uma dessas colmeias!
O fumo é um bocadinho mais necessário nestas do que numa colmeia de quadros, e tem que se fazer tudo com muito mais calma, o que por vezes torna o maneio muito demorado, principalmente se o enxame for grande.
Mas é muito agradável de se trabalhar!!

Os tratamentos da varroa tornam-se um pouco mais fáceis do que num cortiço, isto se os favos acompanharem a direcção das travessas, mas mesmo assim é um pouco complicado...

Um abraço!
Ricardo

Bruno Furtado disse...

Boas,
Quem trabalhar com este tipo de colmeia conseguirá descobrir o verdadeiro tamanho de cada alvéolo e também a verdadeira distância entre favos que o ninho deveria de ter. Este Inverno se tudo correr bem vou construir uma com algumas alterações de forma a conseguir colocar uma alsa em cima.

Cumprimentos
Bruno Furtado

Alien disse...

Olá Bruno,

Depois manda fotos e esquema da tua obra, tal como algum comentário dos resultados.
Abraços e bom trabalho

Pifano

Mário disse...

Xiça, que quase me assustei na primeira foto, parecia mesmo um caixão lol, até acredito que as abelhas gostem bastante desse tipo de colmeia (improvisada), já reparei que gostam bem das irregularidades, do habitat onde residem, dando-se bem com eles.
E ainda bem que começa a haver pessoas que não têm sitio onde colocar os enxames selvagens :)

Abraço
Ferradela

octávio disse...

Mais uma excelente demonstração de uma outra técnica, ainda muito utilizada nos países sub-desenvolvidos perante os baixos custos que a mesma apresenta.

Contudo, como diz o Amigo, Bruno Furtado é uma verdadeira "escola" para o Homem saber o que é melhor e o que "pretende" que seja o seu habitat a nossa amiga abelha.

Também fiquei com o "bichinho" de tentar fazer uma neste tempo de "entresafra". Vou pedir ao Ricardo que já fez, o que se poderá melhorar e ao Bruno Furtado qais as melhores medidas ou requisitos que vai adoptar para a "nossa região em concreto, tendo em conta a sua especificidade em termos de clima, pois por exemplo aquele telhado, assusta-me para estar ao gelo, à neve e à chuva.

Ajudam-me meus Amigos?

Um Abraço,

Apisarte disse...

Boas,
Amigo Joaquim, partindo do princípio que estamos a ver a colmeia invertida (rodada 180º na vertical), o ângulo formado pelos quadros em relação ao norte magnético acho a medida um pouco “generosa”!
Cumprimentos
Pimenta

montedomel disse...

Olá Carlos Pimenta

Esse esquema foi retirado e medido a partir da Enciclopédia da Apicultura de Ted Hooper.
De qualquer forma tenho visto respostas muito diferentes na natureza. Acredito que a orientação dos favos não dependa apenas do campo magnético terrestre mas também de outros factores.
Ainda que dependesse muito do campo magnético há determinados minerais que o afectam localmente...

Um abraço e obrigado pelo reparo

Joaquim Pifano

octávio disse...

Aproveitando a "deixa" do Mário sobre os caixões e na verdade nos cemitérios há orientações nos chamados "talhões" eheheheheh e, sobre a questão levantada da orientação da TBH em relação ao Norte magnético, seria muito importante trazer à colação deste assunto, as experiências no que a isto respeita, dos Amigos Rogão e Ricardo e, eventualmente versões de outros entusiastas que acompanham os subidos saberes deste blogue.