No passado dia 23 de Outubro como me encontrava de férias nas proximidades de Santander, resolvi “dar um salto” a Torrelavega para visitar a Feria Apícola.
Não foi difícil encontrar o local, apesar de imaginar a cidade mais pequena. O certame decorreu num enorme pavilhão utilizado habitualmente para leilões e exposições de gado. Um espaço amplo e com as condições ideais para estes eventos.
Mais de três dezenas de stands mostravam um pouco do que a apicultura da região tem de melhor e diga-se que gostei bastante do que vi.
Logo à entrada, o espaço infantil ocupava as crianças que coloriam ainda mais o mundo das abelhas. É sempre uma atitude louvável a de envolver os mais novos num assunto tão interessante e promissor como a apicultura.
Logo a seguir, um stand de bolos e demais doçarias à base de mel, fazia crescer água na boca aos visitantes. Não era para menos, tudo aquilo tinha um aspecto formidável e quando os espanhóis não souberem "vender o peixe", quem mais o fará…?
O artesanato apícola, as colmeias de cortiça são típicas do Sul de Espanha, tal como me contaram. Reparem no pormenor da união dos bordos do "caneiro" de cortiça, usavam fibras vegetais ou couro, mais tarde substituido por arame:
Os diversos stands com os materiais, equipamentos e demais tecnologias apícolas eram notoriamente os mais visitados.
Apreciei bastante a exposição de cartazes apícolas, oriundos de vários países para promoção das respectivas apiculturas.
Na zona central da feira, um apiário tradicional fazia as delícias dos visitantes, pelo menos para mim que nunca tinha visto tais colmeias: troncos de árvores ocos que já albergaram enxames e que foram cortados e manipulados pelo apicultor. Decerto uma das formas mais ancestrais de praticar apicultura.
Não devemos esquecer que nesta região não há disponibilidade de cortiça como no Sul de Espanha ou Portugal.
Junto a este apiário tradicional a mais curiosa colmeia de observação que alguma vez vi: um stand de 3 x 3 metros transformado em “jaula” com um dos lados em vidro, no centro da qual colocaram uma colmeia móvel com… abelhas, obviamente!
Mais colmeias tradicionais, esta em palha entrançada e característica do Norte da Europa.
Lá encontrei o meu amigo da “aula de la miel” que conhecera no dia anterior em Alles, com um bonito stand expositor com méis da região.
Outro stand, este pertencente a uma associação de apicultores, e que ostentava orgulhosamente um enorme ninho de “Vespa crabro” que capturaram tempos atrás.
Achei curioso o cartaz que a mesma associação exibia, alguien me diga cuáles son los depredadores de dos patas? en Portugal también hay, por desgracia...,:
E mais mel, muito mel da região e de toda a Espanha.
O colóquio, infelizmente cheguei tarde e… parecia perseguição: entrei no momento em que um orador, creio que da região de Córdoba, “desancava” a transumância de colmeias, como possível causa de stress e outros desequilíbrios nas abelhas. Dois participantes corroboraram essa hipótese, tentando até um deles relacioná-la com o Sindroma do Despovoamento de Colmeias…
Eu não cabia em mim de contente…
Só não intervim porque o meu espanhol oral, tão mau como o escrito, não teria decerto o efeito desejado. Mas ainda vou voltar a este assunto…
Só o cansaço e os perto de mil quilómetros que tinha pela frente, ainda nesse dia, me impediram de ficar para a tarde para a comunicação sobre a Varroose de Jesus Lorent e com muita pena minha.
Já à saída, o alívio, um tremendo camião equipado com grua para a transumância em altitude, da Brana Jana.
Afinal a transumância apícola ainda tem adeptos no Norte de Espanha!!!
23 novembro, 2010
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