24 junho, 2008

Diz que é uma espécie de Programa Apícola

Programa Apicola Nacional Lá veio o ansiado Programa Apícola Nacional 2008 – 2010, atrasado 8 meses, mas o que é isso comparado com o marasmo em que o sector e o país se encontram.
A rapaziada voltou a animar-se com a corrida às repartições públicas, atestados, certidões, fotocópias autenticadas, assinaturas reconhecidas, pilhas e pilhas de celulose, colecções de papel que nunca ninguém vai consultar. As fotocópias do meu B.I. já têm uma tiragem maior que o livro da Carolina Salgado, ainda assim nunca chegam.

Agora expliquem-me lá como se eu fosse muito burro, o que se passou este ano com os medicamentos tão gentilmente oferecidos pelo Programa Apícola em anos anteriores ?
Antes, os medicamentos homologados eram muito caros, o apicultor tinha direito a 3,00€/colmeia, os serviços oficiais negociavam com os laboratórios e o dito medicamento chegava gratuito a todos os interessados.

Este ano, o apicultor continua a ter direito aos mesmos 3,00€/colmeia, ou pelo menos 90% desse valor, os medicamentos sofreram significativas baixas no preço, as associações de apicultores negoceiam directamente com os laboratórios e... a ajuda não chega para pagar o acaricida !!!

Há aqui qualquer milagre da engenharia financeira que me escapa.

23 junho, 2008

A Vespa do PAN

Esta é a imagem que o IFAP colocou no Manual de Candidaturas do Programa Apícola Nacional.

Não é lá grande coisa como abelha, mas admitamos que é uma vespa bonita, amarela e preta, até pousou numa flor.

Isto não é importante, nem quero com isto dizer que há desinteresse do Ministério pl'o sector apícola, estavam só distraídos e o Google por vezes confunde as buscas ... vespas, abelhas, são insectos sociais e pronto...

18 junho, 2008

Destino: Girassol

Finda a Primavera e a cresta do Rosmaninho é tempo de “fazer as malas” e partir para o Girassol, o Cardo e a Melada de Azinho.

Aqui no Alentejo é possível fazer o circuito da “floração contínua” em poucos quilómetros, e raros são os anos em que a deslocação de colmeias não resulte num saldo positivo. Há dois anos, por exemplo, regressei sem mel e com uma infestação de Varroa na ordem dos 56%!!! Em contra partida o ano passado fiz duas colheitas de Verão. Não há que desesperar.

Os preparativos são o ritual do costume: durante o dia D verificar as condições da carrinha, nível de combustível, pressão dos pneus e outras subtilezas que nos podem deixar imobilizados no centro de uma localidade com a carga “mortífera”. Os seguros de responsabilidade civil continuam a ser um mito, e em caso de acidente... é melhor nem tocar no assunto.

Uns dias antes há toda a conveniência em visitar o local de destino, avaliar a floração e contactar o proprietário para obter a respectiva autorização de assentamento. As características desse local condicionarão boa parte da produção, normalmente opto por um local com sombra durante todo o dia, o que se consegue em pequenos bosques formados por quatro ou cinco azinheiras juntas, a proximidade da água também é determinante, nunca mais de 50 ou 100 metros.

Tenho por experiência que não é muito conveniente o acumular de alças sobre o ninho durante o Verão. Por um lado, a manutenção desse mel fica muito caro em termos de mão de obra, uma vez que são mobilizadas muitas abelhas para controlarem a temperatura nas alças, logo diminuem a recolha, por outro lado e quando as reservas são muitas, elas também aliviam o trabalho. Aliando estes factos à não necessidade de deixar opercular o mel de Verão, há toda a conveniência em crestar logo que as alças estejam cheias.

Só mais uma dica: nunca esqueçam uma boa pomada ou gel para a dor de costas, tirando isso a transumância para a floração de Verão é muito gratificante...

13 junho, 2008