25 outubro, 2016

Avis mellífera 2016

Sim! Haverá Avis mellífera este ano!!!

PROGRAMA das IX Jornadas Técnicas Apícolas Avis mellífera

É com orgulho que a ADERAVIS – Associação para o Desenvolvimento Rural e Produtos Tradicionais do Concelho de Avis vai realizar a IX edição das Jornadas Técnicas Apícolas Avis mellífera 2016.

Mais uma vez contamos com a participação de largas dezenas de apicultores, técnicos, dirigentes associativos e outros agentes do sector oriundos de todo o país. Vamos mais uma vez tentar que a Festa da Apicultura esteja ao nível das edições anteriores e se possível ainda melhor.

Para isso optamos uma vez mais por um programa diferente, por abordar assuntos apícolas dos quais se poderia dizer: tudo o que você queria saber sobre (…) e nunca ousou perguntar. Assuntos menos óbvios e talvez por isso muito interessantes…

Este ano o evento terá lugar no Salão da Junta de Freguesia de Avis, no Sábado 10 de Dezembro de 2016, com o seguinte programa e horários:

09:00 Horas - Recepção dos Participantes

09:30 Horas – Workshop

Higiene e Segurança no Trabalho Apícola - Eng.º José Joaquim Gardete

Dores musculares, entorses, fracturas, ciáticas, infecções, picadas, choque anafilático, intoxicações alimentares e incêndios, entre muitos outros riscos.

Haverá actividade mais perigosa que a apicultura?

Ou melhor, seguindo as regras de Higiene e Segurança no Trabalho Apícola conseguiremos evitar a maioria dos perigos da anterior “lista negra”? O Eng.º Gardete irá instruir-nos como tão bem o sabe fazer!

12:30 Horas - Almoço Organizado * no Restaurante O Clube Náutico

14:30 Horas – Colóquio

Moderador: Eng.º José Joaquim Gardete

Saudação – Direcção da ADERAVIS, Município de Avis, J. Freguesia de Avis

Tema 1 – O Mel e o Movimento Slow Food

Eng.º Victor Lamberto, Movimento SLOW FOOD INTERNACIONAL

Em contracorrente com os actuais (maus) hábitos alimentares, numa época em que o tempo escasseia para tudo, uma forma diferente de estar na alimentação – o Movimento Slow Food Internacional.
É legítimo perguntar se o mel e demais produtos da colmeia serão dignos de figurar nas iguarias desta nova filosofia de vida. Estamos certos que sim, as práticas milenares e saudáveis associadas ao labor das abelhas e dos apicultores decerto que justificarão esse estatuto aos produtos apícolas.

Tema 2 – O Património Apícola Cerieiro na Península Ibérica

Doutor Damián Copena, UNIVERSIDADE DE VIGO

Quem já ouviu falar em Lagares de Cera e em Eiras de Cera? Para que serviam? Ainda existem? Onde os podemos encontrar?

Um património que passa despercebido à maioria dos actuais apicultores, estruturas ancestrais ligadas ao sector apícola e que em tempos foram de grande importância no processamento da cera de abelha para o fabrico de velas, mobiliário e para muitas outras aplicações.

Tema 3 – A Abelha Ibérica, a Buckfast, a Ligustica, a Carnica…

3a - Conservação e Melhoramento Genético da Abelha Ibérica – Eng.º João Tomé – VALE DO ROSMANINHO

3b - As abelhas Buckfast e Ligustica  - Sr. António Patrício – APIGUARDA

Há muito que se fala nos prós e nos contras da importação das chamadas “abelhas exóticas”. Cada vez há mais adeptos da criação destas abelhas de temperamento dócil, sejam elas as Ligusticas, as Carnicas ou as Buckfast.

Serão essas abelhas realmente “exóticas”? Não são elas também oriundas do continente europeu? Não terão características suficientemente importantes para que as possamos utilizar nas nossas explorações?

E como ficará o pool genético da Apis mellífera iberiensis? Estaremos a evoluir para um híbrido descaracterizado e resultante de uma amálgama de genes ao sabor dessas importações?
Aguardemos pelo debate...

Debate

18:00 H - Encerramento das Jornadas Técnicas Apícolas Avis mellífera 2016

* O Almoço terá lugar pelas 12:30 horas no restaurante O Clube Náutico, em Avis, terá o custo de 12,00€/pessoa e constará de: Sopa + Febras de Porco Preto com Migas Alentejanas e ou Batatas Fritas, + Bebidas + Sobremesa e Café.


ATENÇÃO: Apesar de não ser necessária inscrição para as jornadas Avis mellífera, todos os interessados em participar no almoço organizado deverão inscrever-se até ao dia 2 de Dezembro de 2016 através do Email: montedomel@gmail.com

24 outubro, 2016

Turismo Rural Descaracterizado

Por António Marques

Recentemente fiquei, juntamente com a minha família, hospedado num alojamento de turismo rural na região do Oeste, concelho de Alcobaça.

Um empreendimento bastante agradável com uma classificação de “Fabuloso” nos sítios da internet utilizados para fazer reservas.
Como sabemos o turismo rural é uma modalidade de turismo cujo objetivo é permitir aos hóspedes um contato direto e genuíno com a natureza, com as tradições locais e também com a agricultura constituindo uma atividade geradora de desenvolvimento económico para as zonas rurais. Tudo isto num ambiente rural e familiar.
Portanto, não estamos à espera de encontrar num empreendimento desta natureza gastronomia estrangeira ou, neste caso, produtos alimentares que não sejam nacionais.
Infelizmente, neste caso, encontrei no pequeno-almoço algo que me surpreendeu, e muito, pela negativa e que manchou desnecessariamente a classificação que atribuí ao empreendimento quando me foi solicitada.
Um pequeno-almoço “normal” para este tipo de alojamentos: Pão, “croissants”, compotas nacionais, manteiga nacional, etc. A partir do momento que me apresentam MEL estrangeiro e por sinal de qualidade duvidosa e incerta deixou de ser um pequeno-almoço normal, obviamente tendo em conta o espaço onde me encontrava.

É nosso dever – como portugueses – promover e defender o que é nosso e, como já referi, um turismo com estas características ainda mais a isso é “obrigado”.
Apresentam ao pequeno-almoço Mel Granja de São Francisco, um produto que não é Português e como sabemos de origem incerta. Observando o rótulo não temos possibilidade de saber a sua proveniência, ou seja, é impossível fazer a sua rastreabilidade.

Enviei uma mensagem ao empreendimento a chamar atenção e a explicar os motivos porque deveria optar por MEL nacional.
Foi explicado aos proprietários que, no rótulo desse produto vão encontrar escrito “mistura de méis CE e não CE”, o que quer dizer que pode ter de tudo no interior daquele frasco. Por exemplo se “misturarmos 200g de um excelente mel nacional num depósito com várias toneladas de mel oriundo do Sudoeste Asiático ou da África Sub Saariana, já o podemos rotular com a desdita “mistura de méis CE e não CE”. A legislação nem sequer obriga a mais - está em conformidade”.
Normalmente ou quase sempre, excetuando o mel Granja de São Francisco, os méis “mistura de méis CE e não CE” são vendidos a preços muito baixos por serem provenientes de regiões onde os custos de produção são mínimos. A saber, condições higiosanitárias muito precárias e as abelhas são sujeitas a tratamentos extremamente violentos com antibióticos e acaricidas. Como facilmente se percebe o produto final não pode ter qualidade porque seguramente existirão resíduos das substâncias referidas.
A título de exemplo, em 2003 a DECO – Teste Saúde - testou várias amostras de mel e detetou presença de medicamentos em cerca de metade das amostras. Entre elas – quase todas de misturas de méis CE e não CE - encontrava-se o mel disponibilizado na unidade turística referida que para agravar a situação ainda continha um antibiótico proibido para uso veterinário na União Europeia, o Cloranfenicol.

Como facilmente se percebe é sempre melhor optar por algo nacional e de proveniência conhecida.
Suponho, que neste caso o tipo de embalagem utilizada pela marca adquirida teve influência na compra. No mercado nacional já existem embalagens que permitem uma utilização do MEL mais controlada e adequada para este género de situações.

Aqui temos duas hiperligações onde poderemos consultar os resultados dos testes efetuados pela DECO em 2003.



Infelizmente no nosso país o consumidor não está devidamente informado sobre as características dos produtos alimentares que consome e a maior parte das vezes é levado, por razões óbvias, a adquirir o mais barato.
Nas superfícies comerciais do nosso país, grande e pequenas, encontramos uma variedade imensa de méis de origem desconhecia ao preço da chuva.

António Marques – Terceira - Açores