30 janeiro, 2013

Salvem as Abelhas !!!

Caros amigos,
Silenciosamente, em todo o planeta, bilhões de abelhas estão morrendo, ameaçando as colheitas de nossas plantações e nossos alimentos. Entretanto, em 48 horas, a União Europeia poderá tomar medidas para banir alguns dos agrotóxicos mais venenosos e pavimentar o caminho para uma proibição global que salvaria as abelhas da extinção.

Quatro países da UE passaram a proibir esses pesticidas venenosos e algumas populações de abelhas já estão se recuperando. Dias atrás, o órgão oficial que cuida da segurança alimentar europeia afirmou, pela primeira vez, que certos pesticidas estão causando danos fatais às abelhas. Agora, juristas e políticos europeus estão pedindo uma proibição imediata. Mas a Bayer e outras gigantes produtoras de agrotóxicos estão fazendo lobby para mantê-los no mercado. Se provocarmos um enxame enorme de indignação pública agora, poderemos pressionar a Comissão Europeia a colocar nossa saúde e o meio ambiente na frente do lucro de poucos.

Sabemos que nossa voz tem poder! No ano passado, a nossa poderosa petição, com 1,2 milhão de assinaturas, obrigou as autoridades dos EUA a abrir uma consulta formal sobre pesticidas - agora, se chegarmos a 2 milhões, poderemos convencer a UE a se livrar desses venenos e pavimentar o caminho para uma proibição mundial. Assine a petição urgente e envie para todos – a Avaaz e deputados europeus vão entregar nossa mensagem antes da reunião chave nesta semana, em Bruxelas:

http://www.avaaz.org/po/hours_to_save_the_bees/?bhLmwdb&v=21447

As abelhas não só produzem mel, mas são vitais para a vida na Terra – a cada ano elas polinizam 90% das plantas e plantações com um valor estimado em US$40 bilhões, mais de um terço da produção de alimentos em muitos países. Sem ações imediatas para salvar as abelhas, muitas das nossas frutas, legumes e nozes preferidas poderão desaparecer das prateleiras.

Nos últimos anos, temos visto um declínio acentuado e preocupante, em todo o planeta, das populações de abelhas – algumas espécies já estão extintas e outras, nos EUA, foram reduzidas a apenas 4% da população que existia antes. Cientistas vêm lutando para obter respostas e agora a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar está dizendo que os produtos químicos tóxicos chamados pesticidas neonicotinóides poderiam ser os responsável pelas mortes das abelhas. A França, Itália, Eslovênia, e até a Alemanha, sede da Bayer, maior produtora de agrotóxicos, baniram alguns destes produtos que matam abelhas. Porém, a Bayer continua a exportar o seu veneno para o resto do mundo.

Neste momento, o debate está pegando fogo. Parlamentares da UE estão aumentando a pressão sobre a Comissão Europeia e sobre os governos-chave para aprovar a nova legislação proibindo esses agrotóxicos mortais, e nós podemos oferecer-lhes o apoio público de que precisam para combater o potente lobby dos produtores de pesticida. Assine a petição urgente para os líderes europeus, e em seguida, encaminhe este email para todos:

http://www.avaaz.org/po/hours_to_save_the_bees/?bhLmwdb&v=21447

Nosso mundo está cercado de ameaças para as condições que o tornam habitável, e para tudo aquilo que o torna maravilhoso. A comunidade Avaaz se reúne para defender os dois - seja grande ou pequeno. Seja vencer uma batalha para impedir a Comissão Baleeira Internacional de sancionar o assassinato destes enormes mamíferos, seja para salvar as abelhas, estas pequenas criaturas das quais tanto dependemos. Vamos nos unir e defender o mundo que todos queremos.

Com esperança,

Luis, Ari, Alice, Iain, Ricken, David, Alaphia, e toda equipe da Avaaz


MAIS INFORMAÇÕES:

UE suspeita de inseticidas por "sumiço" de abelhas (Instituto Humanitas Unisinos)
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/517043-ue-suspeita-de-inseticidas-por-qsumicoq-de-abelhas

Agência europeia diz que 3 neonicotinóides põem abelhas em risco (G1)
http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2013/01/agencia-europeia-diz-que-3-neonicotinoides-poem-abelhas-em-risco.html

Comissão Europeia admite proibir pesticidas devido ao impacto sobre as abelhas (Lusa)
http://visao.sapo.pt/comissao-europeia-admite-proibir-pesticidas-devido-ao-impacto-sobre-as-abelhas=f706959

Pesticidas são uma ameaça para as abelhas (European Voice) (em inglês)
http://www.europeanvoice.com/article/2013/january/pesticides-pose-danger-to-bees/76158.aspx

Pesticidas da agricultura estão "matando nossas abelhas" diz membro do parlamento europeu (Public Service Europe) (em inglês)
http://www.publicserviceeurope.com/article/3007/crop-pesticides-are-killing-our-bees-says-mep#ixzz2JGICse6a

Sentença de morte para agentes nervosos pesticidas para salvar abelhas (Independent) (em inglês)
http://www.independent.co.uk/environment/nature/death-knell-for-nerve-agent-pesticides-in-move-to-save-bees-8454443.html

Dêem uma chance para as abelhas! (The Greens European Free Alliance) (em inglês)
http://www.greens-efa.eu/give-bees-a-chance-9012.html

Estudos culpam a Bayer pela morte de abelhas (Christian Science Monitor) (em inglês)
http://www.csmonitor.com/Science/2012/0406/Studies-fault-Bayer-in-bee-die-off

29 janeiro, 2013

O Açúcar no Alimento das Abelhas

Na preparação do alimento para as abelhas procuro que na composição haja sempre 70 a 80% de hidratos de carbono e 30 a 20% de proteína.

Na componente proteica uso sobretudo o pólen, a levedura de cerveja ou uma mistura dos dois, prevalecendo evidentemente a de custo mais baixo.

Com os hidratos de carbono o procedimento é semelhante, sendo aqui mais fácil saber qual o componente mais barato (o açúcar que ronda os 1,10 €/kg) não deixando de colocar também o mel (este ano a 2,80 €/kg) como aromatizante, o que irá atrair mais as abelhas. Por isso, os 80% de hidratos de carbono compõem-se habitualmente por 60 a 70% de açúcar e 40 a 30% de mel, podendo esta razão pesar ainda mais para o lado do açúcar.

O açúcar é por isso o componente mais barato e abundante no alimento artificial complementar, levando a sua utilização a dois problemas:
- Ministrado a frio: a sua consistência granulosa dificulta ou impossibilita mesmo a sua mobilização por parte das abelhas, cujo aparelho bucal sugador não está adaptado a tal alimento. Por isso é normal sobrar boa quantidade de depósito branco e granuloso nos pratos alimentadores.

- Ministrado a quente: resolve o problema anterior, na medida em que solubiliza grandes concentrações de açúcar em pequeno volume de água. Mas para se atingir tal ponto são necessárias temperaturas muito elevadas, o que resulta na produção de HMF (Hidroximetilfurfural) tóxico para as abelhas.

Segundo a Wikipédia, o HMF é uma molécula resultante da transformação dos monossacáridos (frutose e glicose).
Quanto mais calor, mais rápida é a conversão, logo, o HMF passou a ser usado como indicador de aquecimento, processamento inadequado ou mesmo adulterações em xaropes e no mel. Além do calor, também o envelhecimento e o pH contribuem para a velocidade de formação do HMF.”

A resolução dos dois problemas passa pela utilização do açúcar em pó, que pode ser preparado a frio, solubilizando-se com mais facilidade e obtendo-se uma massa muito fina e homogénea, facilmente mobilizável pelas abelhas.
O pior é mesmo os 5,84 €/kg que custa o referido açúcar em pó, vendido em embalagens de 250g, o dobro do preço do mel. Já soube que é possível adquiri-lo em embalagens maiores e a rondar os 2,00 €/kg.
Este ano resolvi fazer experiências com o açúcar granulado mais comum e barato, pulverizando-o.
Consegui adquirir um crivo de metal com orifícios de cerca de 1mm, que adaptei a um moinho de cereais que já possuía. Coloquei no depósito boa quantidade de açúcar granulado (uns 10 kg),  em poucos minutos e numa única passagem obtive o dito açúcar em pó.

Na confecção do alimento já não foi necessário ferver a mistura, utilizando apenas água quente e obtendo os resultados esperados.

Comparação das texturas do alimento quando confeccionado com o açúcar em cristal e com o açúcar em pó.
Opto igualmente por passar o pólen pelo referido crivo pelas mesmas razões apontadas para o açúcar.
 
O alimento artificial, nomeadamente a sua textura, é bastante melhorado quando os próprios grãos de pólen são passados pelo referido crivo.
No entanto, o pólen usado para alimentar as abelhas já resulta quase sempre do refugo obtido na selecção do utilizado para alimentação humana, pelo que já se encontra suficientemente farinado.

Já com o alimento pronto a utilizar são bem visíveis as vantagens da utilização dos componentes reduzidos a pó, facilitando-se muito a sua ingestão pelas abelhas e evitando perdas.

 

23 janeiro, 2013

Como tirar as nódoas de Supona do fato de apicultor, vêm aí as multas...

Há poucos dias recebi uma mensagem de um dirigente associativo que relatava o telefonema de um associado que ficara em pânico por causa da alegada visita de dois técnicos da DGAV, (Direcção Geral de Alimentação e Veterinária).
Foi exigido ao apicultor que lhes facultasse o caderno de registo dos efectivos apícolas, onde constasse:

- O registo das manipulações efectuadas.
- O registo dos tratamentos efectuados.
- Prescrição do médico veterinário dos produtos homologados usados para o controlo da Varroa.
Não possuindo o apicultor nenhum destes elementos foi ameaçado com a aplicação de uma coima e se na próxima visita os referidos dados não estivessem disponíveis a coima seria efectivada.
O Decreto-Lei n.º 1/2007 de 2 de Janeiro, remete para o Anexo I do Regulamento CE n.º 852/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril que postula que:

ANEXO I – PRODUÇÃO PRIMÁRIA
(…) III. MANUTENÇÃO DE REGISTOS
7. Os operadores das empresas do sector alimentar devem manter e conservar registos das medidas tomadas para controlar os riscos de forma adequada e durante um período apropriado, compatível com a natureza e dimensão da empresa do sector alimentar. Os operadores das empresas do sector alimentar devem disponibilizar quaisquer informações relevantes contidos nesses registos à autoridade competente e aos operadores das empresas do sector alimentar receptoras, a seu pedido.

8. Os operadores das empresas do sector alimentar que criem animais ou produzam produtos da produção primária de origem animal devem, em especial, manter registos sobre:
 
a) A natureza e origem dos alimentos com que os animais são alimentados;
b) Os medicamentos veterinários ou outros tratamentos administrados aos animais, data(s) de administração e intervalo(s) de segurança;
c) A ocorrência de doenças que possam afectar a segurança dos produtos de origem
animal;
d) Os resultados de quaisquer análises de amostras colhidas dos animais ou de outras amostras para efeitos de diagnóstico que se possam revestir de importância para a saúde humana; e
e) Quaisquer relatórios sobre os controlos efectuados nos animais ou nos produtos de origem animal.



Segundo as informações disponíveis, a PRESCRIÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO é necessária se forem utilizados MEDICAMENTOS:
Estão classificados como “Medicamentos”: Thymovar, Apiguard, Api Life Var, Apistan, Apivar e Bayvarol.
Já os PUV’s não precisam dessa prescrição, (PUV’s – Produtos de Uso Veterinário): Segundo a informação disponível no site da DGAV não existem PUV’s para controlo da Varroose.
IMPORTANTE: Caso os medicamentos (Thymovar, Apiguard, Api Life Var, Apistan, Apivar e Bayvarol) tenham sido adquiridos pela associação (Medida 2-A aprovada), estes medicamentos NÃO PRECISAM da referida prescrição do médico veterinário.


No referido caderno, cujo conteúdo e especificações não estão regulamentados (salvo para as explorações em MPB e desde o ano passado), é suposto o apicultor anotar as principais intervenções nas colmeias e melarias, nomeadamente os medicamentos utilizados, a composição da alimentação artificial, desinfecções e higienizações da Unidade Primária de Produção e respectivas datas.
Evidentemente que na rúbrica (tratamentos) convém ler-se no dito caderno o nome de alguma das formulações da escassa lista de produtos homologados disponíveis em Portugal. E para isso há que os comprar, utilizar e comprovar tal facto mediante factura ou o documento da distribuição emitido pela associação.
Os custos elevados, a eficácia duvidosa dos produtos homologados ou a inexistência de estudos por região que provem o contrário e a reprovação da Medida 2-A do PAN a boa parte das associações, acabam por deixar apicultores, técnicos e dirigentes associativos sem saber o que fazer.

Formulações homologadas para controlo da varroose em Portugal
 
APISTANfluvalinato
APIVAR amitraz
BAYVAROLflumetrina
APIGUARDtimol
THYMOVARtimol
API LIFE VARtimol
Não só pela curiosidade mas numa tentativa de comparar os preços, encontrei uma página comercial espanhola (Miel Valle de los Pedroches):
 Vocacionada para produtos e equipamentos apícolas, onde além da lista apresentada atrás ainda disponibilizam:
TIMOL (em pó, embalagens de 100g a 5,40€; de 500g a 25,50€ e de 1000g a 40,60€).
ÁCIDO OXÁLICO (em saquetas de 500g, preço sob consulta).
ÁCIDO FÓRMICO (concentração de 60% em garrafas de 1l, preço sob consulta).
BEEVITAL HIVE CLEAN (embalagem de 500ml a 23,70 €).

A somar a tudo isto uma infinidade de aplicadores, doseadores e demais utensílios para a utilização destas e de outras substâncias.
Curiosamente também são legalmente comercializados (ou pelo menos publicitados) em Espanha: a NEO-APICICLINA, a APICICLINA, o NOSAPIOL, e o NEO-NOSAPIOL, além de outros de que só ouvimos falar àqueles apicultores com muita imaginação…
Noutro website espanhol, a embalagem com dez tiras de APISTAN é comercializado a 17,81€, não basta a oferta limitada a que estamos sujeitos em Portugal como ainda a marcada especulação a que tais produtos estão sujeitos.
A tudo isto acresce uma informação curiosa, senão insólita, estes medicamentos disponíveis em Espanha não podem ser exportados para Portugal, incluindo mesmo os que são homologados no nosso país. A livre circulação de bens e pessoas já não é o que era na Europa, os muitos acordos europeus terão desconsiderado os acaricidas usados na apicultura?
Em França, um apicultor cuja exploração estava em Modo de Produção Biológica, fora-lhe especialmente recomendado o uso do timol + vaselina em cartão canelado, confeccionado pelo próprio.

Cabe aqui perguntar quantas Europas existem afinal? E mais importante ainda: em qual delas nos inserimos?
Perguntas que gostava que alguém respondesse:
- Porque proíbe a DGAV a utilização de medicamentos homeopáticos como o Timol, o Ácido Oxálico e o Fórmico em Portugal, quando os mesmos são considerados legais em Espanha, França e tantos outros países da Europa?
- Em cerca de 15 anos de Programa Apícola, quanto dinheiro já foi gasto em investigações, reformulações e melhorias dos acaricidas para controlo da varroose, sem que hajam resultados minimamente satisfatórios?
-Porque razão a DGAV autoriza a entrada e a permanência em Portugal de colmeias estrangeiras medicadas com produtos clandestinos e por isso proibidos no nosso país?
- Que fazer quando as nossas colónias de abelhas, obrigatoriamente medicadas com produtos homologados, pilham colmeias estrangeiras medicadas com produtos ilegais e arrastam consigo tais substâncias no mel?
- Quem deverá ser autuado neste caso? As abelhas ou o apicultor?
Parece-me pouco eficaz a construção de um bardo que lhes impeça o acesso, ou pior ainda colocar um chocalho nas mais gulosas…
- Assumindo que tal medida vise de facto a protecção dos consumidores, o que é de louvar, como é possível que se importe e comercialize mel proveniente de Espanha e de outras origens, onde se utilizam medicamentos proibidos em Portugal ?
- Porque razão os últimos governos usam e abusam do termo competitividade e é precisamente nesse ponto que mais limitam e condicionam as explorações agrícolas/apícolas nacionais?

Agora a pergunta mais triste                     
- Porque razão numa comunidade apícola com cerca de 20.000 apicultores ninguém faz ou diz seja o que for, ninguém toma medidas de contestação na defesa de um direito que nos devia assistir exactamente na mesma medida a que assiste a todos os outros apicultores europeus?
Ou pelo menos que procurem junto das entidades competentes uma resposta minimamente satisfatória às perguntas atrás formuladas.
É mais fácil encolhermo-nos e rezarmos para que o “lobo” leve a ovelha aqui ao lado e com um bocado de sorte escaparmos ilesos.
Recordo dos meus tempos iniciais de apicultor, numa das primeiras tertúlias em que participei, quando após largas horas de conversa e muitas hipóteses atiradas para a mesa, um dos maiores e mais discretos nomes do nosso sector se despediu com um encolher de ombros e uma resposta que ressoou como uma sentença:
“… o problema da apicultura? O problema da apicultura são os apicultores!"
Não faço ideia de como se removem as nódoas de Supona, nem tão pouco se isso deixa nódoas. Estou sim preocupado com a nódoa que é o associativismo no nosso país, cuja falta de coesão e individualismos evidentes nunca nos deixarão ser suficientemente credíveis de modo a fazermos valer os nossos direitos.

22 janeiro, 2013

BRASIL - MANAUS - AM Concurso de Mel de Abelhas sem Ferrão

Formação - Lousãmel


Clique na imagem para ampliar...

Tenha Fins de Semana Diferentes este Verão!!!
Entre num Mundo às Riscas
CURSO APICULTURA

O mundo das abelhas é arrebatador. A procura pelo seu segredo é fascinante.
Tantas vezes nos questionamos como nasce uma abelha de um ovo, o que distingue a abelha rainha das obreiras, o que é o própolis e tantos outros produtos que as abelhas nos dão. Se já Albert Einstein reconhecia que sem as abelhas, não nos restaria muito tempo, então achamos que vale a pena usar o nosso tempo para compreender estes seres riscados e empenhados.
Pelo sucesso obtido nos nossos cursos teórico-práticos, continuamos com mais uma edição, a realizar no concelho da Lousã, durante o mês de Março.

Dias 2 e 3 de Março de 2013
Para mais informações poderá consultar: www.lousamel.pt ou lousamel@lousamel.pt
Telefone: 239995249
LOUSÃMEL - BEE WITH YOU

15 janeiro, 2013

A ADERAVIS e o Programa Apícola Nacional

Desde há cerca de quinze anos que o Programa Apícola Nacional supostamente devia promover melhorias na apicultura nacional.
Desde os primeiros tempos em que um inicialmente humilde e quase informal “Programa de Acções de Melhoria da Produção e Comercialização do Mel”, que até funcionava, se tem vindo gradualmente a degradar e a enterrar em burocracias desnecessárias, gestões e controlos absurdos que têm resultado sobretudo no desânimo de apicultores, dirigentes associativos e técnicos de apicultura. Não esquecendo evidentemente os abusos e a tendenciosa divisão de verbas feitas em nome de um mito disfuncional senão ridículo a que pomposamente se deu o nome de Zonas Sanitárias Controladas.
Desde a campanha 2008/2009 que a ADERAVIS se candidata única e exclusivamente à Medida 1-B (Assistência Técnica) do PAN.
Lamentamos que boa parte do esforço de trabalho efectuado nesta associação seja despendido a defender-se de institituições que supostamente deviam colaborar connosco de forma sinérgica na nossa defesa e na defesa do sector que os nossos associados abraçaram e que infelizmente mais parecem conspirar contra os objectivos a que honradamente aspiramos alcançar.
No dia 16/05/2011, cerca de 11 meses após a apresentação da Candidatura à Medida 1-B do Programa Apícola Nacional - 2011, período durante o qual e apesar de tudo o técnico se manteve em funções, a ADERAVIS é notificada via fax pelo IFAP da seguinte informação:

Assunto: Programa Apícola Nacional – Medida 1B – Assistência Técnica – Serviços de Assistência Técnica
No seguimento da análise efectuada à sua candidatura apresentada à Medida 1B no âmbito do PAN 2011, vimos por este meio informar que foi aprovado financeiramente o montante máximo de 22.808,66 €.

Na posse de tal informação, a ADERAVIS procedeu de imediato ao pagamento de todos os retroactivos referentes à Segurança Social e IRS - Retenção na Fonte, do técnico contratado. A que se somaram avultadas somas de coimas e respectivos juros de mora.
Importa aqui referir que os valores gastos nas referidas obrigações sociais e fiscais só foram possíveis graças à pronta intervenção e espirito de sacrifício dos corpos sociais da associação, bem como de outros parceiros.
A ADERAVIS, estatutária e juridicamente sem fins lucrativos, não tem outra fonte de rendimento além da quotização paga pelos associados, nomeadamente 0,50 €/mês.
No dia 07/06/2011, 22 dias após o primeiro fax e gasta a elevada verba que não possuíamos, recebemos uma segunda missiva, também via fax e remetida pelo IFAP, onde se podia ler o seguinte:

Assunto: Programa Apícola Nacional 2011 – Medida 1B
O anexo III do Despacho Normativo n.º 27/10, de 24 de Novembro dispõe que: “sempre que existam candidaturas aprovadas nas Regiões Autónomas, a aplicação destes critérios não devem prejudicar a alocação do montante correspondente ao nível de apoio para 2 e 1 técnicos a tempo inteiro respectivamente para os Açores e Madeira”, pressuposto que, por lapso, não foi tido em consideração no processo de hierarquização das candidaturas para a Medida 1B.
Face ao exposto, vimos por este meio informar que a sua candidatura DCI n.º 01/060000 à Medida 1B só poderá ser considerada parcialmente, por indisponibilidade financeira, pelo montante de 13.877,19 €, ficando assim sem efeito o exposto no nosso fax n.º (…) de 13/05/2011.
Solicita-se que nos informe a Vossa aceitação ou não da referida aprovação parcial.
Esta informação chegou-nos sem um pedido de desculpas, sem procurar saber minimamente as consequências destas decisões tão contraditórias nas finanças da associação, o impacto que tal “lapso” teria na vida pessoal/profissional do técnico ou mesmo na continuidade do acompanhamento das explorações dos associados.
Ora, isto é o que se pode classificar como um quadro completamente surrealista…
As consequências da nossa decisão de refutar tal aprovação final, implicariam a perda dos 13.877,19 € a somar à elevada importância já despendida na Segurança Social, Finanças e respectivas coimas mais juros de mora.
Aceitando tal decisão, para a associação poder beneficiar dos referidos 13,877,19 € teria de manter o técnico a tempo inteiro o que custaria mais de 25.000,00 €.
Algum tempo depois, e após muita pressão exercida pela ADERAVIS junto do Ministério da Agricultura, recebemos um terceiro fax do IFAP onde voltavam a aprovar a referida candidatura no montante total.
Mais uma vez não houve um pedido formal (ou informal) de desculpas, uma justificação minimamente aceitável do sucedido ou outra qualquer justificação. Após a “euforia” da justiça reposta, surgiu-nos logo a dúvida mais que óbvia: viria um quarto fax a anular os primeiros três?

O “lapso” do IFAP/GPP custou-nos um técnico.
Um técnico que ia iniciar o segundo ano de funções quando se verificou esta ocorrência, e com toda a legitimidade das obrigações económico-financeiras que possuía resolveu procurar uma ocupação mais estável.
 O primeiro ano de funções desse técnico na ADERAVIS serviu basicamente para o formar e quando era suposto começarmos a colher os frutos de tal formação fomos traídos pelo suposto apoio que o Programa Apícola nos devia garantir.

Esta história não é inédita, senão veja-se o número de técnicos que já passaram pelas associações de apicultores do Alentejo desde 1999 até à actualidade e que já “beneficiaram” dos mimos do PAN via IFAP/GPP:
AASACV  – 3 técnicos
ADERAVIS – 3 técnicos
APIGUADIANA – 6 técnicos
APILEGRE – 4 técnicos
APISOR – 2 técnicos
EVORAMEL – 2 técnicos
MONTEMORMEL – 3 técnicos
Duas das sete associações de apicultores já não existem, e dos 23 técnicos apenas sobram cinco. Técnicos formados à custa do referido Programa Apícola e que supostamente deviam ter sido mantidos no sector contribuindo para o seu desenvolvimento com a experiência crescente. No entanto a precariedade e más condições dadas a tal ocupação fizeram com que procurassem empregos mais seguros.
A 27 de Dezembro de 2012 e relativamente ao PAN 2012 (a campanha em curso), a ADERAVIS recebe mais um lacónico fax do IFAP onde pouco mais se informa de útil que para a candidatura à Medida 1-B da ADERAVIS para o PAN – 2013, o montante aprovado é de 0,00€ …
Logo de imediato enviamos um FAX ao IFAP onde solicitamos precisamente as actas da decisão, bem como os critérios em que se basearam para a exclusão da ADERAVIS do referido PAN. Já se passaram duas semanas e como é habitual no IFAP nunca nos é dada qualquer resposta, tal é o desprezo a que há muito tal instituição nos parece ter votado.
Antecipando-nos à justificação solicitada ao IFAP, que decerto e como é hábito não nos irá chegar, resolvemos recordar a notícia veiculada há dois anos na RAPID – (Edição da Representação da Comissão Europeia em Portugal) de 14 de Setembro de 2010, onde se refere acerca do Programa Apícola Nacional do triênio em curso que:
A Comissão aprovou hoje os programas nacionais dos 27 Estados-Membros destinados a melhorar a produção e comercialização de produtos apícolas no período de 2011-2013. A contribuição da UE para o financiamento dos programas aumentou quase 25% em relação ao período anterior (2008-2010), passando de 26 milhões de euros para 32 milhões de euros por ano.
Tal constatação acaba por tornar ainda mais inverosímil senão suspeita a decisão do IFAP/GPP em deixar sem apoio técnico e sem apresentar qualquer alternativa aos 106 apicultores associados e detentores de cerca de 6000 colmeias inscritas na ADERAVIS, distribuídas por oito concelhos. Estas explorações apícolas contribuem para a economia local/nacional, essencialmente com mel para a exportação.
Numa fase em que é reconhecida a nível global a importância económica, social e ambiental da actividade das abelhas, bem como a cada vez maior e preocupante dependência das colónias destes insectos dos apicultores que delas cuidam e que delas precisam, devemos concluir que a prestação do IFAP/GPP no sector apícola em Portugal só poderá resultar em algo de irresponsável e desastroso.
Do mesmo documento ocorre-nos perguntar onde é gasta tão elevada soma, na medida em que de há vários anos a esta parte o número de colónias de abelhas em Portugal se mantem nas 500.000, o número de associações de apicultores também não tem aumentado muito, como é possível que verbas muito inferiores no PAN 2008 – 2010 chegavam para dotar as associações com assistência técnica aos associados e actualmente com um reforço de verba a rondar os 25% tal já não é possível.
Preferimos nem sequer pensar no assunto ou até ignorar que a maior parte do apoio financeiro seja consumido na Medida 2-A (Luta contra a Varroose), nos medicamentos ditos homologados e cuja eficácia duvidosa têm levado a que boa parte dos apicultores tenham renunciado ao seu uso, substituindo-os por formulações clandestinas que a DGV não consegue controlar.
Fica a informação que noutros países da UE e aqui bem perto, haja uma maior variedade de medicamentos homologados, com custos sustentáveis e com maior liberdade de escolha também de homeopáticos.
Inúmeras vezes, nos relatórios trimestrais de carácter técnico previstos na Medida 1-B, alertamos para tais problemas, sendo no entanto que aos mesmos nunca foi dada qualquer importância por parte das autoridades competentes.
Ou será que por força das sugestões, reparos e demais críticas construtivas formuladas ao longo destes anos pela ADERAVIS ao funcionamento do PAN, seja este o reconhecimento "algo" retaliativo do IFAP/GPP?

13 janeiro, 2013

Rainha do Sol, O que é que as Abelhas nos estão a dizer?

Documentário sobre a beleza das abelhas e as suas ameaças pela primeira vez em Tomar

Dia 26 de Janeiro a Mata dos Sete Montes em Tomar vai receber a estreia do documentário “Rainha do Sol” legendado em Português. Este evento, organizado pela Associação Apicultores do Centro de Portugal, é gratuito e aberto à população de todas as idades. Através de imagens e histórias fascinantes, o documentário expõe ao longo de 1 hora, a grande beleza e magia das abelhas mas também as grandes ameaças que elas enfrentam na actualidade.

As abelhas desempenham um papel fundamental na polinização de muitas plantas, algo que é essencial para a produtividade da agricultura e dos ecossistemas. “As abelhas são responsáveis por 4 em cada 10 dentadas da nossa comida” diz um especialista no documentário. Sem a polinização não teríamos, por exemplo, a maioria dos frutos e vários outros alimentos. Além desse papel fundamental elas ainda oferecem produtos valiosos como o mel, a cera, o pólen, o própolis, a geleia real. Conhecer a organização e funcionamento de um enxame é também algo extremamente enriquecedor.

No entanto, as abelhas enfrentam ameaças nunca antes vistas, um fenómeno tem feito desaparecer sem explicação muitos milhões de abelhas em todo o mundo e tem sido motivo de preocupação de apicultores, cientistas e decisores. Chamam-lhe o Síndrome do Colapso das Colónias e é uma ameaça séria às abelhas, à prática da apicultura e ao Homem no geral. O documentário Rainha do Sol mostra o que é que pessoas em várias partes do mundo estão a fazer para reverter esse problema.

Dia 26 de Janeiro, às 16h00 na Casa do Guarda (Centro de Interpretação) da Mata dos Sete Montes venha conhecer a “Rainha do Sol” e o maravilhoso mundo das abelhas. Depois da exibição do filme haverá um momento de tertúlia com apicultores acompanhado de provas de produtos apícolas.

Tomar, 13 de Janeiro de 2013

Associação Apicultores do Centro de Portugal

11 janeiro, 2013

II Workshop em Análises Melissopalinológicas


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

9-10h
Exposição teórica
O Mel: origem e composição.
Calendário de floração das principais espécies da flora apícola
portuguesa.
Informação passível de obter por uma análise melissopalinógica
(vantagens e limites).
Caracterização morfológica do pólen terminologia e uso de
chaves dicotómicas.

11h-13h
Prática laboratorial
Elaboração de preparações microscópicas de méis portugueses
mais relevantes (com e sem acetólise).

14:30h-18:30h
Prática laboratorial

Demonstração do procedimento da análise melissopalinológica
recorrendo à projeção em tempo real da imagem obtida no
microscópio.
Análise das preparações microscópicas pelos formandos
(disponibilidade de um microscópio por cada dois formandos).



Custo da Inscrição: 100€

Apenas 18 vagas


Nota: Os formandos que o desejarem poderão enviar previamente (pelo menos 15 dias de antecedência) uma amostra de mel (50g) para que lhes seja elaborada e facultada uma preparação microscópica desse mel, gratuitamente.


Inscrições e Informações disponiveis em:

http://www.utad.pt/vPT/Area2/OutrasUnidades/GabineteFormacao/formacoes/Paginas/Forma%C3%A7%C3%B5es/workshop%20analises%20melissopalinol%C3%B3gicas.aspx?datestart=2013-01-11&lst=1



09 janeiro, 2013

Poesia Apícola para 2013...

E porque nem tudo é veneno, vou partilhar convosco a "Poesia Apícola" do meu amigo Fernando Máximo.
Trata-se de uma "estória" que pode acontecer a qualquer um e na volta até acontece...

Há colmeias e cortiços
Carregadinhos de mel
E há grandes reboliços
Co’as picadas a granel…
Com um ar de apaixonada
Diz Maria ao seu Manel:
Podes crer, não é por nada
Mas és doce como mel…
Diz o Manel à Maria
Nos olhos, com certo brilho,
- Ao tempo que não te via
,,,estás boa como o milho…
Juntaram o milho ao mel
E em vez de comer bombocas
A Maria e o Manel
Fizeram mas foi pipocas…
Dessa mistura tão fina
Nasceu naquela aldeia
Uma mui linda menina
Que se chamou de “Geleia”
Agora, de noite e dia
Há quem lhe cause derriço
Mas a casa da Maria
Mais parece um cortiço
Para a “Geleia” comer
Fartam-se de trabalhar
Pois gostam muito de ver
Sua filha a manjar
O Manel, um matulão,
E a Maria que é dextra,
Mais parecem um zangão
E uma abelhinha mestra…
E o “polén” do Manel
Aconteceu outro dia
Foi colocado a granel
No “cortiço” da Maria
Diz a Maria “inchada”
C’oa pulga atrás da orelha:
Parece que fui picada
P’lo diacho duma abelha
E algum tempo passado
Numa colmeia de Avis
Foi nascido e foi criado
O menino “Própolis”
O tempo foi-se passando
Com verões e invernia
E aos poucos se foi secando
A colmeia da Maria
O Manel do mesmo jeito
Foi ficando mais velhote
Arrebentado do peito
Sem ter mel ficou magrote
Recorda o tempo passado
Com saudades pois então,
Quando dava “ferroadas”
C’oa ponta do seu “ferrão”
O “Propólis” e a “Geleia”
Tratam do velho Manel
Dando-lhe de volta e meia
Umas torradas com mel…
A sua mãe, a Maria
Dão-lhe picadas de abelha
P’rás dores que a afligia
Nos seus joelhos de velha
Esta história por somenos
Podia ser tua ou minha
Pois por certo todos temos
A nossa abelha-rainha
Fernando Máximo
25 de Outubro de 2012