22 julho, 2008
A Colheita de Verão
Sempre que visito as colmeias para colectar e anotar dados lembro-me das palavras de Leonel Belchior, que recolhe este tipo de informações há mais de quatro décadas: “Nunca há dois anos iguais, quando muito parecidos, mas iguais nunca”.
Assim me aconteceu no fim de semana passado, bem cedo, madrugada profunda para evitar o calor, lá fui a caminho do Lameirão ver as abelhas. No caminho percebi que as Abetardas jovens que vira outro dia ... não eram Abetardas, mas sim Sisões, segundo me informaram. Lá por terem asas e se encontrarem no Girassol não implica que sejam do meu domínio.
À chegada ao apiário vi uma grande movimentação de abelhas que entravam e saiam das colmeias. Traziam muito pólen de cor amarela e outro laranja vivo, provavelmente de Poejo e de Orégão uma vez que o Girassol ainda não floriu. Imaginei logo as alças a transbordar de melada de Azinho, mas ... nada, quando muito um quadro por outro, manchas de mel escuro e outras de mel claro. De facto não há duas campanhas iguais, o ano passado nesta fase estava quase a fazer a segunda cresta.
É uma fonte de néctar estranha, a melada de Azinho é muito imprevisível, apesar das copas frondosas das árvores, do bom estado vegetativo e das condições locais, a produção adivinha-se escassa. Por vezes tem a ver com as populações de Afídeos que excretam o néctar ou com a inexistência de manhãs húmidas que permitam a sua recolha.
Como compensação deparei-me com as colmeias fortes e populosas, muita criação emergente e postura recente, pode ser que o melhor esteja para vir.
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