Ficam duas histórias, uma antiga e outra recente:
Fez dez anos no passado dia oito de Maio, que adquiri a minha primeira colmeia e consequentemente o primeiro fato de apicultor. Era um casaco com máscara quadrada, que completava com umas luvas.
Lembro-me de ter perguntado ao vendedor se com aquele equipamento podia levar toda uma vida de apicultor a salvo das picadas. Recordo-me que ele olhou para mim e riu-se com vontade, mas acabei por não dar muita importância ao facto. No dia seguinte, primeira vez no apiário, partilhei o casaco com uma abelha que “entrou” comigo lá para dentro...
Há três meses fui ajudar um apicultor idoso a aplicar o medicamento contra a Varroose. Logo na primeira colmeia que abri, muito forte e populosa, fiquei coberto de abelhas que saíam da caixa em tal quantidade que mais pareciam água a escorrer. No primeiro acto vi-me a colocar as tiras muito à pressa para fechar rapidamente a colmeia. No segundo já ia eu e o velhote a correr colina acima, cada um com uma nuvem de centenas de abelhas enfurecidas em torno da cabeça.
Em plena fuga lembrei-me de gracejar advertindo-o que era melhor desfazer-se daquela colónia tão violenta, e que muito atrapalhava o maneio no apiário. Ele, muito pequenino e com os seus 83 anos cheios de energia, olhou para mim muito sério e disse-me:
“Não, estas não são bravas! bravas eram as da outra colmeia e que felizmente já morreram!”
Fiquei muito mais aliviado depois deste esclarecimento...
03 julho, 2008
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