01 abril, 2011

A “Gaiola” dos Enxames…

Nunca vos aconteceu passarem pelo apiário, à pressa, só para ver se está tudo em ordem e… temos um grande enxame pendurado ali perto?

Olhamos para o relógio e, mesmo sem a volta p’las abelhas já estávamos atrasados. E o enxame ali a “olhar” para nós…

Deve ser uma das situações mais frustrantes na vida de um apicultor. Eu pessoalmente nunca mantenho caixas, núcleos ou cortiços vazios no apiário a contar com tais eventualidades. Bem basta perder as abelhas, senão ainda fornecer a embalagem a qualquer oportunista que por lá passe!

Mas não convém perder tão grande quantidade de abelhas. A rainha, ainda é como o outro, não é de boa estirpe, enxameou… mas as abelhas representam um tremendo potencial produtivo. Há quem diga que cada enxame que escapa é uma alça de mel que se perde:

“Bater” o enxame para dentro de uma colmeia fraca, muito fraca, e rezar para que lá se mantenha. No outro dia vai acabar por comprovar o afinado “sentido de equipa” que as abelhas possuem: um dos dois enxames abandonou a colmeia, adivinhe agora qual foi…
Não sou grande apologista da captura de enxames, mesmo quando saem das minhas colmeias, pelas razões que atrás apresentei. No entanto, gosto de recuperar as abelhas, às quais adiciono um alvéolo real, substituo a rainha ou fortaleço outra colónia.

Há tempos ocorreu-me a concepção de uma “gaiola”, construída integralmente com Grade Excluidora de Rainhas, onde podíamos colocar os enxames capturados no apiário.
O pressuposto é o seguinte:

Colocada a “gaiola” num local bastante quente, ao Sol, ao fim de algumas horas de imobilidade forçada, as abelhas tendem a abandonar a prisão. Desprovidas de rainha (que fica retida na grade excluidora), regressam à colmeia de origem que assim não perde população.

Quanto à rainha capturada, enfim… afinal não era lá grande rainha, mais vale desfazermo-nos dela.

No fundo, este método é o equivalente ao cortar as asas da rainha, que não podendo acompanhar o resto da colónia faz com que as abelhas regressem ao local de origem. Não é o mesmo que colocar a grade excluidora na entrada/saída da colmeia, método que muito tenho ouvido criticar pela confusão que gera, tornando até as abelhas mais agressivas…

Esta “criação” também não me parece lá grande ideia, de qualquer forma hoje é dia 1 de Abril…

8 comentários:

Anónimo disse...

As minhas saudações apícolas!
O método da gaiola excluidora é mesmo muito eficaz.
Alguns comerciantes de material apícola, em Espanha, comercializam mesmo o que chamam "núcleos excluidores" ,em tudo semelhantes a essa caixa.
Tem a vantagem de poder ser deixada no apiário, porque em caso de roubo, as abelhas saiem pelas grades e fogem de volta ao apiário.
Um abraço.
Abelhasah.

Abelha Preguiçosa disse...

Se percebi bem acho uma boa ideia!
O problema é se as abelhas, por regressarem à mesma colmeia, tornam a enxamear mais lá para a frente, com rainhas virgens, pode acontecer, não?

Alien disse...

Olá abelhasah,

Eu nunca tinha ouvido falar nos núcleos excluidores :-), o que não quer dizer que não existam, mas quando escrevi isso foi há uns tempos, o publicar no dia de hoje foi mesmo coincidência :-))))

Olá Ricardo,

De facto pode suceder, mas tenhamos a esperança dos enxames secundários serem mais pequenos, ou surjam numa fase tardia em que a Primavera esteja avançada e as produções seguras.

Abraços
Pifano

Anónimo disse...

Eu também não corro atráz de enxames, tento evitá-los como posso e dou mais prioridade à colocação de alças "a tempo e horas".De qualquer das formas uma colónia que enxameia é presumivelmente uma colónia saudável...
Nós vamos tentando ter as coisas organizadas, evitar a enxameação, cera nova, caixas limpas e novinhas em folha; porque cargas d'agua se meteu aquele grande enxame na caixa mais podre e infestada de traça que eu tinha no apiário?Eu esqueci-me de recolher essa colmeia morta, ou demoli-la com a marreta, agora vou ter que lhe meter uma alça. ou duas ou três; e pr'o ano se por azar esta colónia não morrer, vou continuar com mais uma de muitas dezenas de caixotes velhos e feios, o fundo fundido com a terra, medidas por vários carpinteiros amadores e demasiado criativos, impossíveis de transplantar e duras de roer...Às vezes penso que o melhor é deixar a natureza seguir o seu curso.

hitchi

Alien disse...

Olá Hitchi

eu não sei as condições que apresenta essa dita colmeia, mas sempre se podem transferir os quadros para uma melhor conservada...?

abraços
Joaquim Pifano

Anónimo disse...

Ò "post" anterior foi uma espécie de desabafo.
O meu pai adquiriu várias colmeias ao longo de 50 anos, encomendou outras tantas a marceneiros e carpinteiros amadores, as medidas são um desastre.
Na minha experiência, de modo a produzir uma colmeia de medidas exactas; ou somos profissionais, ou somos bons carpinteiros com conhecimento apícola.É muito fácil um bom carpinteiro "inventar a própria medida, ou um bom apicultor pregar quatro tábuas mal pregadas.A gente aqui tamos mais que queimados, mais de metade das nossa colmeias (e meias alças)são assim.O que se passa é que a madeira dessas ditas colmeias é solida e resistente, elas vão preseverando, vão dando mel, e quando morrem(raramente) se não recolhidas, são extremamente atraentes para novas colónias.Os ninhos são impraticaveis, quadros à banda, falta de quadros, quadros podres, temos mudado algumas mas muitas são impossíveis; eu deixo-as estar...As meias alças são uma carga de trabalhos na hora da cresta, algumas são altas, algumas são demasiado rasas, umas são compridas, outras demasido curtas; um pesadelo logístico(um "puzzle de quadros).
Mas vamos fazer o quê, deitá-las fora?
Eu praguejo e resmungo e alegro-me quando uma colmeia muito velha sem fundo dá duas ou três alças de mel bem cheias.

Peço despulca se o "post" foi longo demais e agradeço a indulgência.

hitchi

Alien disse...

Olá Hitchi,

Não foi nada longo de mais, foi até bastante oportuno.
Saiba que há uns anos atrás também se utilizavam muito essas colmeias aqui na minha região. Curiosamente têm desaparecido, virtude também de alguma pressão que as associações têm feito nos apicultores, nomeadamente a alertá-los para essas "confusões" durante a cresta.
Aqui os formatos, ou melhor as dimensões eram tão específicas que havia quem conhecesse o fabricante só a olhar para as colmeias :-)

Claro que o ideal é comprar material sempre do mesmo modelo e ao mesmo fabricante, mas...
com o estatuto de "resgatado" que o nosso país começou a ter desde ontem, devemos talvez começar a pensar em deitar mão a todos esses equipamentos, pois são mais baratos.
Lembro-me de uma conversa com o amigo Vicente Furtado, de Lagos, em que o Ministério da Agricultura da Suécia (quando ele lá estava) fomentava cursos apícolas para a construção das próprias colmeias!!!
Falo da Suécia, não de um país subdesenvolvido...

abraços
Joaquim Pifano

Anónimo disse...

Eu aconselho para um enxame nao sair duma colmeia é destruir todas as celulas de reais que estiverem a ser feitas pelas abelhas de 8 em 8 dias até elas perderem a ideia da enxameaçao.Este método impede a saida de um enxame.