01 fevereiro, 2013

Sugestões da ADERAVIS ao GPP para o PAN 2014 - 2016

SUGESTÕES ENVIADAS PELA ADERAVIS AO GABINETE DE PLANEAMENTO E POLÍTICAS
AVIS: 31 de Janeiro de 2013
ASSUNTO: Sugestões para o Programa Apícola Nacional 2014/2016
Com o conhecimento de S.ª Ex.ª a Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente, e do Ordenamento do Território
Exm.os Sr.s
Tendo esta associação sérias duvidas acerca do bom funcionamento do Programa Apícola Nacional nos moldes em que tem sido feito, tal como apesar da exclusão a que fomos votados relativamente à Medida 1-B do PAN – 2013, somos no entanto responsáveis por mais de 100 apicultores detentores de cerca de 6.000 colmeias e por isso sentimo-nos no dever de apresentar algumas sugestões que julgamos pertinentes para um melhor funcionamento do referido programa.
Sugestões que desde o primeiro ano em que beneficiamos das ajudas do PAN são trimestralmente remetidas aos serviços oficiais via relatórios técnicos e que supostamente ninguém lê ou não se lhe dá muita atenção.

1- O período habitual de candidaturas ao PAN decorre durante o mês de Junho, com o compromisso raramente respeitado de as associações serem notificadas da avaliação daquelas durante o mês de Novembro. Tal facto torna bastante difícil senão impossível a manutenção do técnico, na medida em que o contrato deve ser celebrado no dia 1 de Setembro quando ainda não sabemos se a candidatura foi ou não aprovada.
A ADERAVIS como a quase totalidade das associações que se candidatam ao PAN são estatutária e juridicamente sem fins lucrativos, por isso sem fontes de rendimento que lhe permitam cumprir com os deveres fiscais e sociais, além do vencimento do técnico, durante os meses em que aguardam pela aprovação/reprovação da candidatura.
Sugerimos por isso que o período de candidaturas seja antecipado, para que a resposta do IFAP nos chegue antes do final do mês de Agosto e atempadamente possamos desenvolver todas as tramitações necessárias à contratação legal e segura do técnico, tão necessário ao acompanhamento das explorações dos associados.
Se tal se verificar, evitará entre muitas outras situações lamentáveis, o que sucedeu este ano com a ADERAVIS, nomeadamente os gastos com a Segurança Social, Finanças e Vencimento do técnico durante os meses em que aguardamos a avaliação da candidatura e que não temos meios de reaver.

2- A verba despendida pelas associações demora cerca de 6 meses ou mais a ser reembolsada pelo IFAP, o que pelas razões referidas no ponto anterior leva-nos a situações de incumprimento perante as Finanças e Segurança Social o que sempre acarreta coimas e juros de mora a somar a outros custos já insuportáveis.
Propomos que o IFAP durante o mês de Setembro adiante uma parte das verbas destinadas a cada candidatura de modo a que as associações possam cumprir com as obrigações fiscais, sociais e vencimento do técnico.
Em casos de incumprimento por parte das associações, o IFAP tem meios de recuperar a referida verba, exactamente da mesma forma que o faz nos actuais moldes do Programa Apícola Nacional, pelo que não encontramos razões para que as ditas verbas não possam ser transferidas para as associações antes das despesas efectuadas.

3- Que não se voltem a repetir situações como as do PAN – 2013, entre outros, em que muitas associações viram reprovada a candidatura à Medida 1-B, privando os respectivos associados da assistência técnica, determinante ao bom acompanhamento das explorações.
Solicitamos que de futuro só seja atribuído um segundo técnico a qualquer associação quando todas as outras já beneficiem de um, sendo de inteira justiça um tratamento igualitário para todas as organizações de apicultores.

4- Nos últimos anos, com a aquisição e distribuição dos medicamentos acaricidas a cargo das organizações de apicultores, com todas as dificuldades inerentes a este processo, tem-se verificado um consequente desinteresse por parte dos apicultores na utilização de produtos homologados, como também um aumento dos casos de não tratamento.
Esta medida fez com que pelas diferenças de dimensão das diversas associações, o que se reflecte na capacidade de negociação de cada uma, o medicamento possa ter preços diferentes de caso para caso, prejudicando evidentemente as associações mais pequenas onde se agrava o referido no parágrafo anterior.
Relativamente à Medida 2-A, será deveras importante, senão determinante para o bom sucesso do Programa Apícola Nacional, que as negociações dos medicamentos acaricidas com os laboratórios e a respectiva distribuição pelas associações/apicultores volte a ser feita pelos serviços oficiais.

5- Ainda no âmbito da Sanidade Apícola, o tratamento desigual entre as associações gestoras de Zona Sanitária Controlada e as outras associações, poucas vantagens tem trazido para as primeiras para além da facilidade em conseguirem um técnico suplementar, o que em muito agrava o referido no ponto (3) desta exposição. Por isso sugerimos que todo o território nacional passe a gozar dos mesmos privilégios. A homogeneização e sincronização de acções sanitárias em todo o território nacional trará decerto melhores resultados.

6- A proibição da aquisição/distribuição/utilização de substâncias activas como o Timol, Ácido Oxálico e Ácido Fórmico para controlo da varroose, utilizados e aconselhados em grande número de países europeus, coloca os apicultores nacionais em franca desvantagem competitiva relativamente ao resto da Europa.
Ironicamente, são admitidas em Portugal colmeias transumantes desses países onde permitem a utilização de substâncias por cá consideradas ilegais, ou pior ainda: permite-se a importação e a comercialização de méis oriundos desses países, quando o argumento para a proibição das referidas substâncias activas visa e muito bem a salvaguarda dos consumidores.
Propomos por isso que a Medida 2-A do PAN passe a considerar e a permitir a aquisição de Timol, Ácido Oxálico e Ácido Fórmico à semelhança de outros países europeus.

7- O actual surgimento de grande quantidade de novos apicultores, mercê dos projectos ProDer, com o consequente aumento exagerado do número de colmeias em determinadas regiões, requer uma coordenação e regulação mais rigorosas pelas entidades oficiais. O ordenamento apícola deverá ser respeitado, tendo em conta os recursos apícolas disponíveis em cada região e a capacidade de suporte do meio, evitando sobrecargas de colónias de abelhas e evitando o esgotamento de recursos e ou a quebra de rendimentos até níveis insustentáveis.
Pelas mesmas razões e levando a resultados ainda mais desastrosos, a entrada descontrolada de grandes quantidades de colmeias estrangeiras, com maneios e práticas muito diversos e exclusivos daqueles a que os apicultores nacionais praticam desde sempre, tem levado a um acréscimo de problemas sanitários, marcadas perdas de rendimento e até o abandono de explorações nacionais.
Não sendo estes assuntos da responsabilidade directa do Programa Apícola Nacional, mas apelando aos elevados e felizmente ambiciosos objectivos deste programa, sugeríamos que algo fosse feito no sentido de alterar a legislação relativa ao ordenamento apícola ou mesmo dotar as associações de meios para poderem actuar nas referidas situações, evidentemente que com uma colaboração mais próxima, efectiva e eficaz com a DGAV, de modo a suscitar uma intervenção mais rápida desta entidade.
As associações de apicultores são quem melhor conhece as condições no terreno e que de facto poderão ter um papel determinante na avaliação dos recursos de cada região e assim evitar que se continuem a fomentar tais concentrações de colmeias que em nada beneficiam as produções nacionais.

8- Desde o primeiro ano de ajudas do PAN que mensalmente, ou noutras periodicidades previamente acordadas, se realizavam reuniões de coordenação entre as DRA’s e as associações da respectiva região.
Tais encontros permitiam a troca de experiência entre os técnicos de cada associação, bem como a afinação e harmonização de estratégias de apoio aos associados, beneficiando com isso todos os agentes do sector e promovendo-se outro nível de aproximação e colaboração entre as associações.
A ADERAVIS sugere que as DRA’s voltem a promover tais reuniões, em periodicidade a acordar entre esta entidade e as diversas associações da região, com todas as vantagens atrás mencionadas.

Voltamos a referir que estas propostas para o PAN 2014-2016, senão todas a larga maioria, já foram remetidas aos serviços oficiais via Relatórios Técnicos Trimestrais da Medida 1-B, enquanto dela não fomos excluídos, e que de futuro a ADERAVIS estará na disponibilidade de colaborar com os serviços no sentido de melhorar o Programa Apícola Nacional, assim nos seja solicitada a nossa opinião.
Atentamente,
A Direcção da ADERAVIS

7 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo integralmente estas sugestões.

Abelhasah.

Anónimo disse...

a solução esta na TVI

Alien disse...

Olá “Sandra”,

As sugestões apresentadas no presente post resultaram de aturada consulta aos associados da ADERAVIS, quer em Assembleias Gerais, reuniões de carácter técnico e outros encontros mais informais.

Suponho e faço fé que outras associações tenham comportamentos semelhantes.

Opiniões que foram sendo gradualmente coligidas, discutidas, melhoradas e finalmente remetidas aos centros decisores do PAN, onde esperamos que resultem em melhorias não só para os associados que as subscreveram, mas para TODOS os apicultores em geral.

Solicito-lhe que as avalie e caso encontre algum pormenor lesivo ao sector apícola, informe-me por favor.

Posso garantir-lhe que não há aqui qualquer “gato escondido com o rabo de fora”, ao contrário do que parece sugerir no último comentário a aguardar publicação.

Há apicultores, técnicos e dirigentes associativos que me enviam mails ou telefonam informando que subscrevem, estão solidários ou concordam com estas propostas, apenas não o fazem sob a forma de comentário porque as instituições a que pertencem não os autorizam a fazê-lo ou porque os “aconselharam” inclusivamente a não levantar ondas sobre este e os outros assuntos.

Não sei se é este o seu caso, mas digo-lhe que tenho pelos seus comentários o maior respeito, solicitando-lhe e agradecendo-lhe até que comente o que entender, mas por uma questão de equidade com outros participantes peço-lhe que se identifique nem que seja enviando-me um mail para

montedomel@gmail.com

Abraços
Joaquim Pifano

Unknown disse...

Ola muito boa tarde eu estou a acabar um curso e para esse curso preciso de fazer um pequeno projecto nao muito complexo nem sequer é para avançar.

Eu agora estou com um problema porque nao sei qual a quantidade de mel produzida por colmeias.

E também nao sei o preço de venda.

Seria possivel responder-me a esta mensagem para o e-mail
domingos.00@hotmail.com

Com os melhores cumprimentos
Domingos Fernandes

Anónimo disse...

O mais problemático do PAN e da Medida 2 A do mesmo é a corrupção que está á volta da mesma medida por alto vamos fazer algumas contas simples Medida 2 A zonas controladas ajuda frufetária de 10 por colmeia para aquisição de 2 Tratamentos e Quadros com cera financiado a 90% para Zonas controladas (alguns amigos do alheio de associações nacionais só entregam tratamentos) compram os tratamentos no máximo a 3 € por tratamento 3 + 3 = 6; 10 - 6 = 4 € alguém meteu ao bolso 4 Euros por colmeia candidatada nos últimos 3 anos isso no meu entender dá para pagar a mais alguns técnicos.

Anónimo disse...

PAN /associações / técnicos apícolas Tudo a viver de quem realmente trabalha os apicultores .......................

Anónimo disse...

O mal ainda esta para vir.....projectos feitos e aprovados para quem nunca manuseou uma colmeia....quanto mais 400....vai ser bonito...olha ao menos material em segunda mao daqui a 5 anos vai ser ao pontape...