SUGESTÕES ENVIADAS PELA ADERAVIS AO GABINETE DE PLANEAMENTO E POLÍTICAS
AVIS: 31 de Janeiro de 2013
ASSUNTO: Sugestões para o Programa Apícola Nacional
2014/2016
Com o conhecimento de S.ª Ex.ª a Ministra da Agricultura, do Mar, do
Ambiente, e do Ordenamento do Território
Exm.os Sr.s
Tendo esta associação sérias duvidas acerca do bom
funcionamento do Programa Apícola Nacional nos moldes em que tem sido feito,
tal como apesar da exclusão a que fomos votados relativamente à Medida 1-B do
PAN – 2013, somos no entanto responsáveis por mais de 100 apicultores
detentores de cerca de 6.000 colmeias e por isso sentimo-nos no dever de
apresentar algumas sugestões que julgamos pertinentes para um melhor funcionamento
do referido programa.
Sugestões que desde o primeiro ano em que beneficiamos das
ajudas do PAN são trimestralmente remetidas aos serviços oficiais via
relatórios técnicos e que supostamente ninguém lê ou não se lhe dá muita
atenção.
1- O período habitual de candidaturas
ao PAN decorre durante o mês de Junho, com o compromisso raramente respeitado
de as associações serem notificadas da avaliação daquelas durante o mês de
Novembro. Tal facto torna bastante difícil senão impossível a manutenção do
técnico, na medida em que o contrato deve ser celebrado no dia 1 de Setembro
quando ainda não sabemos se a candidatura foi ou não aprovada.
A ADERAVIS como a quase totalidade das associações que se
candidatam ao PAN são estatutária e juridicamente sem fins lucrativos, por isso
sem fontes de rendimento que lhe permitam cumprir com os deveres fiscais e
sociais, além do vencimento do técnico, durante os meses em que aguardam pela
aprovação/reprovação da candidatura.
Sugerimos por isso que
o período de candidaturas seja antecipado, para que a resposta do IFAP nos
chegue antes do final do mês de Agosto e atempadamente possamos desenvolver
todas as tramitações necessárias à contratação legal e segura do técnico, tão
necessário ao acompanhamento das explorações dos associados.
Se tal se verificar, evitará entre muitas outras situações
lamentáveis, o que sucedeu este ano com a ADERAVIS, nomeadamente os gastos com
a Segurança Social, Finanças e Vencimento do técnico durante os meses em que
aguardamos a avaliação da candidatura e que não temos meios de reaver.
2- A verba despendida pelas
associações demora cerca de 6 meses ou mais a ser reembolsada pelo IFAP, o que
pelas razões referidas no ponto anterior leva-nos a situações de incumprimento
perante as Finanças e Segurança Social o que sempre acarreta coimas e juros de
mora a somar a outros custos já insuportáveis.
Propomos que o IFAP
durante o mês de Setembro adiante uma parte das verbas destinadas a cada
candidatura de modo a que as associações possam cumprir com as obrigações
fiscais, sociais e vencimento do técnico.
Em casos de incumprimento por parte das associações, o IFAP
tem meios de recuperar a referida verba, exactamente da mesma forma que o faz
nos actuais moldes do Programa Apícola Nacional, pelo que não encontramos
razões para que as ditas verbas não possam ser transferidas para as associações
antes das despesas efectuadas.
3- Que não se voltem a repetir
situações como as do PAN – 2013, entre outros, em que muitas associações viram
reprovada a candidatura à Medida 1-B, privando os respectivos associados da
assistência técnica, determinante ao bom acompanhamento das explorações.
Solicitamos que de
futuro só seja atribuído um segundo técnico a qualquer associação quando todas
as outras já beneficiem de um, sendo de inteira justiça um tratamento
igualitário para todas as organizações de apicultores.
4- Nos últimos anos, com a aquisição e
distribuição dos medicamentos acaricidas a cargo das organizações de
apicultores, com todas as dificuldades inerentes a este processo, tem-se
verificado um consequente desinteresse por parte dos apicultores na utilização
de produtos homologados, como também um aumento dos casos de não tratamento.
Esta medida fez com que pelas diferenças de dimensão das
diversas associações, o que se reflecte na capacidade de negociação de cada uma,
o medicamento possa ter preços diferentes de caso para caso, prejudicando
evidentemente as associações mais pequenas onde se agrava o referido no
parágrafo anterior.
Relativamente à Medida
2-A, será deveras importante, senão determinante para o bom sucesso do Programa
Apícola Nacional, que as negociações dos medicamentos acaricidas com os
laboratórios e a respectiva distribuição pelas associações/apicultores volte a
ser feita pelos serviços oficiais.
5- Ainda no âmbito da Sanidade Apícola,
o tratamento desigual entre as associações gestoras de Zona Sanitária
Controlada e as outras associações, poucas vantagens tem trazido para as
primeiras para além da facilidade em conseguirem um técnico suplementar, o que
em muito agrava o referido no ponto (3) desta exposição. Por isso sugerimos que todo
o território nacional passe a gozar dos mesmos privilégios. A homogeneização e
sincronização de acções sanitárias em todo o território nacional trará decerto
melhores resultados.
6- A proibição da
aquisição/distribuição/utilização de substâncias activas como o Timol, Ácido
Oxálico e Ácido Fórmico para controlo da varroose, utilizados e aconselhados em
grande número de países europeus, coloca os apicultores nacionais em franca
desvantagem competitiva relativamente ao resto da Europa.
Ironicamente, são admitidas em Portugal colmeias transumantes
desses países onde permitem a utilização de substâncias por cá consideradas
ilegais, ou pior ainda: permite-se a importação e a comercialização de méis
oriundos desses países, quando o argumento para a proibição das referidas
substâncias activas visa e muito bem a salvaguarda dos consumidores.
Propomos por isso que a
Medida 2-A do PAN passe a considerar e a permitir a aquisição de Timol, Ácido
Oxálico e Ácido Fórmico à semelhança de outros países europeus.
7- O actual surgimento de grande
quantidade de novos apicultores, mercê dos projectos ProDer, com o consequente
aumento exagerado do número de colmeias em determinadas regiões, requer uma
coordenação e regulação mais rigorosas pelas entidades oficiais. O ordenamento
apícola deverá ser respeitado, tendo em conta os recursos apícolas disponíveis
em cada região e a capacidade de suporte do meio, evitando sobrecargas de
colónias de abelhas e evitando o esgotamento de recursos e ou a quebra de
rendimentos até níveis insustentáveis.
Pelas mesmas razões e levando a resultados ainda mais desastrosos,
a entrada descontrolada de grandes quantidades de colmeias estrangeiras, com
maneios e práticas muito diversos e exclusivos daqueles a que os apicultores
nacionais praticam desde sempre, tem levado a um acréscimo de problemas
sanitários, marcadas perdas de rendimento e até o abandono de explorações
nacionais.
Não sendo estes
assuntos da responsabilidade directa do Programa Apícola Nacional, mas apelando
aos elevados e felizmente ambiciosos objectivos deste programa, sugeríamos que
algo fosse feito no sentido de alterar a legislação relativa ao ordenamento
apícola ou mesmo dotar as associações de meios para poderem actuar nas
referidas situações, evidentemente que com uma colaboração mais próxima, efectiva
e eficaz com a DGAV, de modo a suscitar uma intervenção mais rápida desta
entidade.
As associações de apicultores são quem melhor conhece as
condições no terreno e que de facto poderão ter um papel determinante na
avaliação dos recursos de cada região e assim evitar que se continuem a
fomentar tais concentrações de colmeias que em nada beneficiam as produções
nacionais.
8- Desde o primeiro ano de ajudas do
PAN que mensalmente, ou noutras periodicidades previamente acordadas, se
realizavam reuniões de coordenação entre as DRA’s e as associações da
respectiva região.
Tais encontros permitiam a troca de experiência entre os
técnicos de cada associação, bem como a afinação e harmonização de estratégias
de apoio aos associados, beneficiando com isso todos os agentes do sector e
promovendo-se outro nível de aproximação e colaboração entre as associações.
A ADERAVIS sugere que
as DRA’s voltem a promover tais reuniões, em periodicidade a acordar entre esta
entidade e as diversas associações da região, com todas as vantagens atrás
mencionadas.
Voltamos a referir que estas propostas para o PAN 2014-2016,
senão todas a larga maioria, já foram remetidas aos serviços oficiais via
Relatórios Técnicos Trimestrais da Medida 1-B, enquanto dela não fomos
excluídos, e que de futuro a ADERAVIS estará na disponibilidade de colaborar com
os serviços no sentido de melhorar o Programa Apícola Nacional, assim nos seja
solicitada a nossa opinião.
Atentamente,
A
Direcção da ADERAVIS
7 comentários:
Subscrevo integralmente estas sugestões.
Abelhasah.
a solução esta na TVI
Olá “Sandra”,
As sugestões apresentadas no presente post resultaram de aturada consulta aos associados da ADERAVIS, quer em Assembleias Gerais, reuniões de carácter técnico e outros encontros mais informais.
Suponho e faço fé que outras associações tenham comportamentos semelhantes.
Opiniões que foram sendo gradualmente coligidas, discutidas, melhoradas e finalmente remetidas aos centros decisores do PAN, onde esperamos que resultem em melhorias não só para os associados que as subscreveram, mas para TODOS os apicultores em geral.
Solicito-lhe que as avalie e caso encontre algum pormenor lesivo ao sector apícola, informe-me por favor.
Posso garantir-lhe que não há aqui qualquer “gato escondido com o rabo de fora”, ao contrário do que parece sugerir no último comentário a aguardar publicação.
Há apicultores, técnicos e dirigentes associativos que me enviam mails ou telefonam informando que subscrevem, estão solidários ou concordam com estas propostas, apenas não o fazem sob a forma de comentário porque as instituições a que pertencem não os autorizam a fazê-lo ou porque os “aconselharam” inclusivamente a não levantar ondas sobre este e os outros assuntos.
Não sei se é este o seu caso, mas digo-lhe que tenho pelos seus comentários o maior respeito, solicitando-lhe e agradecendo-lhe até que comente o que entender, mas por uma questão de equidade com outros participantes peço-lhe que se identifique nem que seja enviando-me um mail para
montedomel@gmail.com
Abraços
Joaquim Pifano
Ola muito boa tarde eu estou a acabar um curso e para esse curso preciso de fazer um pequeno projecto nao muito complexo nem sequer é para avançar.
Eu agora estou com um problema porque nao sei qual a quantidade de mel produzida por colmeias.
E também nao sei o preço de venda.
Seria possivel responder-me a esta mensagem para o e-mail
domingos.00@hotmail.com
Com os melhores cumprimentos
Domingos Fernandes
O mais problemático do PAN e da Medida 2 A do mesmo é a corrupção que está á volta da mesma medida por alto vamos fazer algumas contas simples Medida 2 A zonas controladas ajuda frufetária de 10 por colmeia para aquisição de 2 Tratamentos e Quadros com cera financiado a 90% para Zonas controladas (alguns amigos do alheio de associações nacionais só entregam tratamentos) compram os tratamentos no máximo a 3 € por tratamento 3 + 3 = 6; 10 - 6 = 4 € alguém meteu ao bolso 4 Euros por colmeia candidatada nos últimos 3 anos isso no meu entender dá para pagar a mais alguns técnicos.
PAN /associações / técnicos apícolas Tudo a viver de quem realmente trabalha os apicultores .......................
O mal ainda esta para vir.....projectos feitos e aprovados para quem nunca manuseou uma colmeia....quanto mais 400....vai ser bonito...olha ao menos material em segunda mao daqui a 5 anos vai ser ao pontape...
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