18 fevereiro, 2009

A minha primeira colmeia


Tinha eu cinco ou seis anos quando construi a minha primeira colmeia, que mais parecia a ONU. Digo isso porque não tinha só abelhas, tinha um pouco de tudo o que conseguia capturar, vespas, formigas e até gafanhotos.
Comecei por dividir uma caixa de cartão canelado com uma prateleira central, na qual abri um orifício com rampa para acesso ao “primeiro andar”. Pintei umas flores no cartão do fundo, em jeito de cenário e colei um plástico na frente, para os poder observar.
Os insectos que pousavam no tanque dos meus pais, levavam com tal esguicho de água que os atordoava. Apanhava-os com muito cuidado e depositava-os naquela colmeia de Babel, onde ficavam até recuperarem do breve afogamento.
A cresta, horas depois, só podia ter corrido mal, mel não havia nenhum, mas o plástico descolou-se e apareci a casa num berreiro e com o lábio inchado...
A partir desse dia o tanque dos meus pais tornou-se o bebedouro mais seguro para os insectos das redondezas.

1 comentário:

Mário disse...

Faz-me lembrar o meu sobrinho Samuel, tudo o que é grilos,ratos, pássaros, rãs, sardaniscas, gatos, cães, patos ou galinhas, anda tudo a piar fino à sua frente, dá-me uma enorme felicidade ao vê-lo a explorar a natureza de forma tão prática e acessível, só tenho pena que não veja as abelhas com o mesmo brilho que eu e que nós.