01 fevereiro, 2009

A propósito de introduzir rainhas...

Uma das curiosidades da apicultura reside nas variadíssimas formas que há para fazer exactamente a mesma coisa. Se calhar é por isso que a “rapaziada” discute tanto e a conversa nunca acaba.
Se por um lado há os mais minuciosos que seguem todas as regras e preceitos, também existem outros que se desenrascam de qualquer forma.
Além das clássicas gaiolas que todos conhecem, a semana passada apresentei equipamentos e métodos cujo propósito é o de facilitar a aceitação de uma nova rainha por uma colónia órfã.
Há quatro ou cinco anos, em conversa com um apicultor profissional, este ensinou-me um método muito peculiar de fazer as rainhas serem aceites:
Num quadro de criação, com muitas abelhas jovens, ele raspa os alvéolos com mel, de forma que este escorra e com muito cuidado besunta a rainha com mel. As abelhas rapidamente acorrem a ela, lambem-na e... aceitam-na. Confessou-me que não quer outro método, pois este é rápido e muito seguro.


Ainda nesse ano, ajudava um apicultor a mudar abelhas de um cortiço para uma colmeia móvel, quando capturei uma rainha virgem. Haviam lá perto de uma dezena.
Coloquei a rainha num frasco, mais uma dúzia de obreiras e deixei tudo no carro, à sombra. Nessa tarde, no gabinete onde trabalhava, houve uma série de gente que viu uma abelha rainha pela primeira vez.
Ao fim do dia e com pouca fé, abri um núcleo onde albergara um punhado de abelhas sem rainha, provenientes de um pequeno enxame. Resolvi testar o dito método “simples e seguro”, “dei o banho” à rainha e abandonei-a à sua sorte. Cerca de três ou quatro semanas depois já haviam ovos e larvas.
Nunca mais repeti a proeza, uma única experiência que correu bem, pelo que se alguém a quiser experimentar é por sua conta e risco...

9 comentários:

Apisarte disse...

Quando marcava as rainhas com verniz de unhas, tinha por hábito depois de deixar secar o verniz e quando o cheiro do verniz era forte mergulha-las no líquido do alimentador. Bastava lançar a rainha para o alimentador e a seguir colocar a mesma por cima dos quadros. Com o mel sempre me disseram que as abelhas acabavam por danificar as asas á rainha. Também o envolvimento das abelhas á volta da rainha com o mel pode acabar por a sufocar! Também fazia um pequeno desenho com o xarope por cima dos quadros para motivar as abelhas antes da introdução da rainha.

Paulo Pereira disse...

Caro Amigo
Qual a melhor maneira ou método para introduzir uma rainha numa colmeia grande e que a percentagem de aceitação seja maior.
Se for rainha virgem ou fecundadas.
Obrigado
Paulo Pereira

Alien disse...

Olá Paulo Pereira

Segundo o Sr Vicente Furtado, o método mais fiável para a introdução das rainhas negras europeias (ou ibéricas) é através do quadro-gaiola concebido para esse efeito e que encontra informação sobre ele aqui no blog

abraço
Pifano

Alien disse...

Olá Paulo Pereira

Segundo o Sr Vicente Furtado, o método mais fiável para a introdução das rainhas negras europeias (ou ibéricas) é através do quadro-gaiola concebido para esse efeito e que encontra informação sobre ele aqui no blog

abraço
Pifano

Anónimo disse...

Olá caros amigos apicultores
Estava a ler os vários blogs sobre a introdução de rainhas nos enxames orfãos e lembrou-me do seguinte.
Qual a razão porque o desenvolvimento cientifico sobre este tema e outros sobre a vivência das abelhas não existe ou ainda é muito pouco? Não entendo o porquê dado que existem apicultores em tantos países e alguns bastante evoluídos. Será porque não se perspectiva retorno financeiro para os custos de desenvolvimento cientifico?
Do que tenho lido sobre as variadíssimas experiências dos apicultores cada qual faz da sua maneira e ninguém junta os casos de sucesso e os desenvolve para chegar a conclusões, penso que este trabalho deveria ser feito pelos ministerios que tutelam estas matérias, porque sem essas conclusões perdem-se milhares de euros em experiências com pouca eficácia. O que eu noto é que os apicultores normalmente são pessoas sérias e humildes que contam as suas experiências e muito criativos na procura de métodos melhores mas as abelhas ao que parece não são todas iguais e o que dá com uns enxames já não dá com outos.
Matos

Alien disse...

Caro Matos

Acabou de levantar um problema extremamente pertinente
e actual.
Curiosamente temos universidades e institutos
com docentes (investigadores?) especializados na
área da apicultura, há fundos europeus para serem
aplicados na investigação sobre a apicultura e
não lhe sei responder se há algum trabalho em
curso, certo é que os resultados serão poucos ou nenhuns.

Agradeço-lhe bastante o comentário, mas o acho tema
demasiado interessante e pertinente para ficar como comentário,
pedia-lhe que o voltasse a apresentar como artigo de opinião
para que o possa publicar na página principal deste blog.
Agradeço-lhe desde já a participação!

o meu Email: montedomel@gmail.com

abraço
Joaquim Pifano

Unknown disse...

Olá boa noite será que me conseguia explicar porque as abelhas andam todas em cima da rainha, formam um monte? Rainha essa que foi introduzida á 2 semanas virgem

Unknown disse...

Olá boa noite será que me conseguia explicar porque as abelhas andam todas em cima da rainha, formam um monte? Rainha essa que foi introduzida á 2 semanas virgem.

Alien disse...

Olá,

Tratando-se de uma rainha virgem introduzida à pouco
tempo, muito provavelmente não terá sido bem aceite
e poderão estar a tentar eliminá-la, mas só poderia dar
uma resposta mais conclusiva observando a colónia.
A orfanização da colónia receptora como foi feita?
Estava órfã há muito tempo? Quanto?
Não haveria alvéolos reais da própria colónia?

Abraço
Joaquim Pífano