13 junho, 2009

Transumância Girassol 2009

Finda a cresta... o procedimento do costume: transumância para o girassol, enquanto houver quem o semeie...
Este ano, durante a cresta, assisti a um fenómeno do qual já tinha saudades. Após a retirada das duas ou três alças (e quatro) de cima dos ninhos, a população de abelhas era tal que muitas ficavam de fora. A falta de enxameação (e não só) fez com que as populações de cada colónia atingissem números record.
Escrevi uma série de vezes que em Primaveras anteriores me intrigava bastante o facto de a cresta ter sido “demasiado fácil” em virtude da falta de abelhas. Nos últimos dois ou três anos, apesar das alças bem cheias de mel, as colónias eram pouco populosas.
Este ano não foi assim, as grandes colónias voltaram a aparecer. Costumo passar pelos apiários de Primavera um dia antes da transumância, para ver se está tudo em ordem e retirar as tábuas de voo. Tal procedimento torna o transporte mais fácil, a carga vai mais unida.
Foi uma surpresa quando vi grandes quantidades de abelhas que ocupavam toda a tábua de voo e parede frontal das colmeias.

Adivinhei logo as dificuldades para o transporte: decerto iriam morrer muitas abelhas esmagadas durante a curta viagem. Estive quase a aceitar a sugestão de um amigo apicultor que costuma colocar uma alça vazia sobre o ninho para que as abelhas se possam resguardar.

Acabei por pensar noutra estratégia que resultou bastante bem: não retirei as tábuas de voo, fizemos a carga, a descarga e o transporte com todo o cuidado. Chegados ao girassol, não havia uma abelha fora do sítio, o que é pouco habitual.
Todos os dias aprendemos algo de novo e a transumância de abelhas não é diferente. É uma tarefa difícil e com algum risco, mas se seguirmos as regras decerto havemos de colher os frutos.
Para o transporte uso sempre fitas de carga para estabilizar e firmar bem as colmeias. No entanto, reconheço algumas falhas neste método. A falta de elasticidade das fitas pode fazer com que num ressalto, durante o alivio da carga o gancho se solte, percam-se as fitas e as colmeias podem cair.
Já me aconteceu uma vez, felizmente só se perdeu a fita, as colmeias aguentaram todo o percurso.
Seria ideal termos disponíveis uns segundos taipais, em rede e semelhantes aos utilizados para o transporte de gado. Dessa forma e com as colmeias mais aconchegadas (sem irem demasiado abafadas) poder-se-iam fazer grandes percursos quase isentos de risco.

2 comentários:

sergio_apic disse...

Olá Amigo Joaquim

Então a estratégia foi carregar as colmeias tal e qual como ficaram logo após a cresta, lotadas de população? e a entrada encerrada com esponja? Não me parece mal de todo, isto se o encerro não durar mais que 1h.30m a 2 horas. As abelhas quando encerradas e nervosas tendem a aumentar muito a temperatuar dentro da colmeia, talvez acima dos 50 graus nalguns casos pode facilmente ocorrer o derretimento de ceras no interior.
Umas quetões ao seu artigo, a esta operação do Girassol: 1ª quantas colmeias carregou em cada viagem (se é que foi mais que uma viagem), 2ª - quantas pessoas na operação, e quanto tempo durou entre o encerro e abertura das colmeias no novo assentamento?

Grande Abraço, António Sérgio

Mário disse...

É sempre complicado, ainda mais se o terreno durante o transporte for irregular.