21 novembro, 2009

Cerificador Solar de Alto Rendimento

Para quem não conhece o apicultor José Chumbinho, saiba que pertence àquela “raça” de apicultores – inventores.
Poderão argumentar que todos os apicultores são inventores, mas o Chumbinho eleva esta característica ao expoente máximo. E poderão comprovar o que escrevo enquanto ele continuar a mandar para o montedomel todas as peculiaridades que caracterizam o seu modo de estar na apicultura.
O Cerificador Solar de Alto Rendimento, por acaso, mas só por acaso, ainda não passa de um projecto, mas não lhe dou muito tempo para que possamos ter fotografias e relatos da sua funcionalidade.
Este “utensílio” para reciclar a cera, à partida não parece ter nada de mais, trata-se de um vulgar cerificador solar, como todos os que conhecemos, com a particularidade de se lhe fazer incidir a radiação solar com muito mais intensidade.

E como é que isso é possível?
Eu não sou grande conhecedor das Leis da Física, mas se tivermos um espelho côncavo, a receber e reflectir a luz solar, a forma específica do espelho faz com que a radiação emitida (reflectida) seja muito mais concentrada e energética que a recebida. Pelo que fornece muito mais calor ao objecto ou ao local para onde se apontem esses raios.
Funciona mais ou menos com uma lupa, objecto com que toda a gente já deve ter feito a experiência de concentrar os raios solares para “pegar fogo a alguma coisa”.
Não é fácil (ou barato) adquirir um espelho côncavo, mas pode-se construir com alguma precisão, facilidade e sobretudo a baixo custo, só não respondo pela paciência…
Para tal, basta quebrar um espelho em pequenos pedaços (atenção aos sete anos de azar…) e colar esses pedaços na parte côncava de uma antena parabólica reciclada, visto ter a conformação ideal para concentrar radiação dispersa (recebida) e emiti-la num feixe mais concentrado.

Se apontarmos esse feixe para a superfície de vidro de um cerificador solar, segundo o Chumbinho, as temperaturas alcançadas dentro da caixa serão muito superiores às conseguidas com o método tradicional, pelo que a cera fundirá muito mais depressa. E qualquer Solzinho por mais “acanhado” que seja, é suficiente para quase derreter as madeiras dos quadros…
Por causa do movimento do Sol (aliás da Terra), é necessário reajustar o ângulo da parabólica ou prato reflector ao longo do dia. José Chumbinho aconselha um tipo de suporte sobreelevado para a parabólica, com manípulos de regulação, para a captação de diversos ângulos da luz Solar.

MUITA ATENÇÃO Fica a advertência para o uso de tal “instrumento”. Não esqueçamos do dito “efeito de lupa” e que o calor daí gerado é mesmo muito potente, podendo causar queimaduras graves ao utilizador.
O José Chumbinho aconselha a que se tape a parabólica com um pano sempre que retiramos ou colocamos ceras no cerificador. Por outro lado, devemos também ter cuidado com o local onde fazemos esta montagem, pois a existências de pastos, madeiras ou outros combustíveis podem muito facilmente originar incêndios…
Se houve ou há alguém que conheça o método e o utilize ou tenha utilizado, seria muito importante partilhar os resultados connosco.

8 comentários:

Apisarte disse...

Para usar um sistema assim para um simples cerificador solar fica caro.
Estes princípios são usados em projectos de captação de energia foto voltaica com sistemas de controlo de rotação em 2 eixos! Embora os técnicos preferem utilizar uma superfície metálica polida. Para a parabólica teremos de calcular a distância focal e dimensionar o espelho de acordo com este dado. O que seria mais fácil usar uma superfície espelhada ou espelho na parte superior do cerificador solar. Dando a inclinação necessária para o maior aproveitamento dos raios solares. O cerificador também poderia ter um motor e um controlo de rotação para acompanhar o sol! Nada de mais para quem goste de bricolage em electrónica. Dispondo 2 células (LDR) variáveis com a luz a 90º uma da outra e aplicadas num sistema em ponte de Weatstone aonde a diferença das duas seja amplificada e comande um motor. Se a luz incidir por igual nas 2 células a saída resultante é próxima de zero o que não deverá accionar o motor. Quando uma das células tiver mais luz que a outra dá um valor de saída que amplificado faz o motor rodar o cerificador para que este fique directo ao sol e as células com igual luminosidade. Não esquecendo os fins de curso para o limite de deslocamento.
Aqui fica mais uma sugestão!
Cumprimentos

Alien disse...

Caro amigo APISARTE,

Antes de mais muito obrigado pela informação que decerto muito bem deve complementar o projecto do Sr. José Chumbinho.
Vamos aguardar que ele comente tais alterações/complementos, visto que os meus conhecimentos sobre electrónica e mecanicismos ainda estão numa fase muito Neanderthal...

Grande abraço
JPifano

Anónimo disse...

Peço desculpa pela insistência, mas esqueci-me também de emendar o seguinte:

6º Se fosse instalado o sistema de rotação no espelho para este acompanhar o sol, a determinada altura o foco da radiação sairia do vidro do cerificador, não tendo assim qualquer proveito.
Para que o sistema referido no comentário à notícia fizesse sentido, quer o espelho, quer o cerificador, teriam que rodar em uníssono, tornando deste modo a "engenhoca", extremamente cara. Só seria possível a colocação do cerificador em posição fixa e definitiva, desde que o espelho fosse enorme e colocado a uma distância relativamente grande do cerificador, tendo igualmente o espelho, um tamanho enorme com uma parábola de tamanho considerável. só assim poderia rodar e o cerificador poderia ficar sempre na mesma posição.

É assim que funcionam os altos fornos solares para fundição de ferro e aço, na Suécia.


Espero que não me tenha esquecido de nada.

José Chumbinho

Apisarte disse...

Caro José Chumbinho,
O meu comentário foi no sentido de espevitar muita malta que gosta de bricolage em electrónica. Com a Internet a evolução foi muito rápida e muitos até já terão conhecimentos de servo-sistemas ou servomecanismos aplicados também á domotica.
Embora nós tivemos a felicidade de conhecer as válvulas, a galena, o transistor e de construir os nossos próprios instrumentos, nem que fosse a partir de latas de atum ou chapa zincada!
Em nada pretendi dar uma aula ou desacreditar os seus conhecimentos!
Quando me refiro “O cerificador também poderia ter um motor e um controlo de rotação para acompanhar o sol!” claro que me refiro só ao cerificador, só assim teria sentido!
Cumprimentos
Carlos Pimenta

Anónimo disse...

Caro Sr. Carlos Pimenta

Não levei a mal o seu comentário sobre a sugestão que deu, mas o que eu escrevi depois do seu comentário, foi com o intuito de esclarecer o pessoal. Todas as sugestões serão bem vindas, pois pelo rumo que isto está a tomar e se não forem os apicultores a ajudarem-se uns aos outros, julgo que a maior parte dos nossos conhecimmentos ou ficarão para nós, ou se forem divulgados nos fóruns nacionais, alguns "tubarões", arvoram-se em "muito reservados e sabichões, manipulando palavras e atitudes" e seguidamente procuram confundir os simples que desejam o melhor para a apicultura nacional. Seguidamente chamam de suas algumas ideias dos outros e aproveitam-se dos seus conhecimentos políticos para desenvolverem formas de negócios para si, argumentando que fazem parte de um "plano estratégico".
Nos fóruns seguintes pouco ou nada dizem e é sempre a mesma coisa; ouvimos sempre o mesmo, oriundo dos mesmos.
Por tudo isto é que me resolvi a divulgar algumas ideias que continuarão a fluir, no sentido de poderem ajudar outros. Estou à disposição de quem quiser para trocar + ideias.
Obrigado a todos pela paciência em aturar este " manda vir".

José Chumbinho

Apisarte disse...

Caro Sr. José Chumbinho,

pelo que já passei, costumo dizer que tenho toda a paciência do mundo!
Quanto ao resto a única coisa que não abdico é da gratidão.
Pode ser um defeito meu porque em principio a maioria das pessoas não pediram para que eu as considerasse minhas amigas!
Assim me obriga por vezes a fazer umas pausas para tentar recuperar a sanidade mental e seguir em frente, porque os verdadeiros amigos assim o exigem!
Força com essas ideias que bem precisamos de espairecer os neurónios!

Carlos Pimenta

apigaz disse...

o uso da parabólica ia trazer mais problemas que resultados, mas as ideias base aqui discutidas são muito boas, permitam q as desconstrua e reorganize em algo mais simples:
pega-se num cerificador solar bem isolado usando vidro duplo (não faz sentido começar com algo mais rudimentar), põe-se numa base rotativa, com um sistema de servomotor como descrito antes.
aqui já aumentamos a eficiencia e é mais pratico.
o segundo melhoramento seria adicionar ao cerificador 2 ou 4 abas laterais reflectoras.

na pratica aumenta-se área de captação, mas só funciona bem alinhado com o sol, dai o motor.
como este sistema só tem um eixo tem que se corrigir o azimute ao longo do ano, ou encontrar um valor médio e fixar ai, logo não será um sistema móvel, teria que estar bem fixo ao solo.

cumprimentos
e continuação de boas ideias

Alien disse...

Caro Apigaz,

Agradeço bastante os reparos que fez ao modelo apresentado, a concepção não foi minha e pessoalmente pouco ou nada percebo de mecanicismos ou sistemas eléctricos, apesar de achar o tema bastante interessante.
Pedia-lhe que me fizesse chegar um esquema do mecanismo que aconselhou, ou imagens (caso o tennha construido) e desta forma todos poderemos beneficiar com a ideia.

O meu mail: montedomel@gmail.com

Muito obrigado
Joaquim Pifano